Pressionado por aliados a assumir o comando do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende “uma cara nova” para o lugar do atual presidente do partido, Rui Falcão, após a derrota acachapante que o petismo sofreu nas eleições deste ano.

Segundo a Folha apurou, conselheiros próximos a Lula são contrários à ideia de que ele seja alçado à presidência do PT em 2017 e têm convencido o ex-presidente de que ele precisa se dedicar à sua defesa na Lava Jato e à elaboração de um novo projeto para a esquerda do país.

Lula, que já defendeu o nome do ex-ministro Jaques Wagner (Casa Civil) para o posto, mas desistiu diante da negativa do aliado, tem dito que é preciso “renovar” a direção petista o quanto antes para “reconectar” o PT com outros campos da esquerda, como movimentos sociais, sindicais e partidos políticos.

Diante do cenário sombrio e ainda sem nenhuma grande estratégia definida para o futuro, a cúpula petista convocou uma reunião da executiva nacional para quarta-feira (5), em Brasília, com objetivo de discutir as eleições internas e os rumos diante da maior crise enfrentada pela legenda.

Mesmo com as sinalizações negativas de Lula, dirigentes petistas vão insistir na tese de que o ex-presidente deve assumir o comando do partido, defendendo que esse é um “momento excepcional”.

De acordo com Florisvaldo Souza, Secretário de Organização do PT, até mesmo o atual presidente do PT defende essa ideia. “Acho que a vontade do Rui [Falcão] é pelo Lula”, afirmou à Folha.     (Folha de S.Paulo – Marina Dias)

 

 

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