Por Carlos Chagas

Rodrigo Maia não desistiu de disputar a presidência da Câmara, a partir de fevereiro. Pelo contrário, faz ouvidos de mercador quando toma conhecimento das pretensões do PSDB de ocupar o lugar. A razão é simples: os tucanos não se entendem quanto ao deputado a ser escolhido. Sairá de que grupo? Porque Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra querem a indicação, mesmo por enquanto não se definindo.  Sabem apenas rejeitar os outros dois preferidos,  quaisquer que venham a ser.

Logo após a realização do segundo turno das eleições municipais, os candidatos estarão em campanha. Salvo raras exceções, o PMDB aceitará quem a maioria do PSDB apontar para presidir a Câmara. O diabo é imaginar seu nome, pois fatalmente será cabo eleitoral de Aécio, Alckmin ou Serra. Dos três, nem por milagre.

O segundo round a ser disputado pelos tucanos  presidenciáveis acontecerá em março, quando da escolha do novo presidente nacional do partido. Aécio fará tudo para continuar outro mandato, na ilusão de manter a instável pole-position que divide com os outros dois. A partir daí, será a guerra aberta. A seleção do candidato vai demorar todo o ano que vem, a menos que um dos três desista, hipótese remota. Ou, mais difícil ainda, que mude de partido.

CORRIDA DE OBSTÁCULO – Montes de variáveis transformarão a disputa interna no PSDB numa eletrizante corrida de obstáculos. Para qual dos três se inclinará a maioria da bancada na Câmara? E no Senado? Fernando Henrique tentará ser o quartus pacificador? São Paulo pesará mais do que Minas? Quem se aventurará a percorrer primeiro os outros estados, dizendo-se candidato? E os discursos, serão longos?

Em suma, uma campanha educada ou violenta? Quem perder apoiará o vencedor ou tentará um novo partido? E se todos perderem?

 

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