Por Joana Suarez / O Tempo

Agentes federais alertaram sobre a possibilidade de atos terroristas a partir deste domingo (6) e até o dia da eleição, principalmente em Nova York e nos estados do Texas e da Virgínia. E a campanha esquenta cada vez mais. Nas manchetes dos jornais norte-americanos, a frase (colocada entre parênteses) “ele está mentindo” tem aparecido com cada vez mais frequência. Essa foi a estratégia adotada pelos jornalistas em tempo real para tentar não desinformar a população enquanto o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentava alguns dados questionáveis em seus discursos.

Apoiadores do magnata têm sustentado que a mídia faz um complô contra Trump. O empresário também gosta de criticar severamente a imprensa, tendo, certa vez, chegado a pedir às pessoas, presentes a um comício, que vaiassem os repórteres.

“Ele falou que os homicídios no país cresceram muito nos últimos anos, e não era verdade, aí, a gente mostrou os números corretos, mas você pode ter provas e os seguidores dele não aceitam”, contou uma repórter de um jornal local, que pediu para não ser identificada. Em outra ocasião, Trump teria dito que o presidente Barack Obama fundou o estado islâmico. “Jamais imaginei que iria passar por isso na minha vida”, completa a jornalista, sobre uma eleição que ficará para a história dos EUA.

ÁRDUA TAREFA – Cobrir a atual campanha eleitoral não tem sido mesmo tarefa das mais fáceis para a mídia americana. Alguns jornalistas relatam que chegaram a ser ameaçados pelo candidato republicano – e por seus seguidores. “No inicio, ele se mostrou muito acessível aos jornalistas, foi um ponto forte que virou um ponto fraco depois, porque Trump não soube conviver com as consequências de levaram ele a sério”, avalia Gene Policinski, diretor do “Newseum”. Já pelo lado de Hillary Clinton, o mais difícil é falar com a candidata. A democrata é pouco acessível, principalmente quando alguma denúncia contra ela está em evidência. Hillary já passou meses sem dar entrevistas em plena campanha, o que é pouco usual.

TRUMP REAGE – Enquanto a equipe da ex-senadora produz conteúdo para divulgar, Trump pega noticias na web, modifica do jeito que bem entende e usa como material de campanha. “O conceito de fatos e verdades sofreu muito aqui. Ele (Trump) está enlouquecendo os repórteres”, diz a jornalista.

Não bastasse, Trump ainda tem uma rede protetora formada por líderes religiosos e comunitários que se comunicam diretamente com ele. “A verdade dos jornalistas são os fatos, a dos eleitores, o que eles sentem”, diz Carolyn Kitch, chefe do departamento de jornalismo da Temple University.

Em Tampa, Flórida, Trump, afirmou que não precisa do apoio de celebridades, citando o rapper Jay Z, que apoiou Hillary ao lado da esposa, Beyoncé. E disse que, para atrair multidões, faz isso da “maneira antiga”, pelo conteúdo de sua mensagem. Artistas como Katy Perry, Jennifer Lopez e a banda Bon Jovi apoiam a democrata.

ÚLTIMO SHOWMÍCIO – Filadélfia, EUA. Duas horas depois de enfrentar fila, 15 mil pessoas conseguiram entrar, na noite desse sábado (5), no último showmício do partido Democrata antes da eleição. A espera era para ver a cantora Kate Perry, que se apresentaria no Mann Center For The Performing Art. O título do evento, “Love Trumps Hate”, (amor vence o ódio) é uma ironia ao adversário republicano Donald Trump. Seguidores de Trump, inclusive, também ficaram na fila tentando converter votos dos democratas.

O Estado da Pensilvânia é considerado um dos locais estratégicos nessa eleição porque há muitos eleitores indecisos. Porém, aqui, diferente de outros 22 Estados norte-americanos, não tem votação antecipada e por isso a campanha começa a ficar ainda mais forte agora na reta final para o dia D.

 

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