Por Daniel Carvalho / Folha

A possibilidade de recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara com apoio do PMDB e de Michel Temer irritou deputados do PSDB e pode agravar a crise entre tucanos e o Planalto. Os ânimos acirrados colocam em risco a eleição de Eunício Oliveira (PMDB-CE) ao comando do Senado, dada até agora como certa, por ser a única candidatura com apoio de todas as legendas.

De olho em espaço para se cacifar para as eleições presidenciais de 2018, tucanos querem o comando de uma das Casas em 2017. Apesar de a cúpula do PSDB ter sinalizado apoio à reeleição de Maia, peessedebistas defendem que o partido dispute o cargo. Dizem ter apoiado Maia em julho com o compromisso de serem apoiados pelo DEM em 2017. Lembram ainda que o acordo foi acompanhado pelo Planalto.

COBRANDO A FATURA – Nos bastidores, deputados do partido cobram a fatura da condução de Michel Temer à Presidência. Afirmam que foi o PSDB que mais se empenhou para garantir o impeachment de Dilma Rousseff e que é a sigla mais fiel nas votações no Congresso. Na Câmara, a legenda é a terceira maior bancada, com 48 deputados. No Senado, tem 12 dos 81 senadores. “É inadmissível que o PSDB, que está para o governo Temer como o PMDB estava para o governo do PT, não seja valorizado. Se o governo e o PMDB não valorizarem o PSDB, estão brincando com o perigo”, disse o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).

Deputados do PSDB vão procurar o presidente tucano, senador Aécio Neves (MG), para dizer que, se o partido apoiar Maia, deve ter um candidato ao Senado. “Não é aceitável esse movimento para enfraquecer o PSDB”, disse o deputado Daniel Coelho (PSDB-PE).

 

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