Michel Temer perde capital político
O discurso otimista do Palácio do Planalto, na sequência da aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria teto de gasto público, não esconde a perda de capital político do presidente Michel Temer. Ontem, a proposta foi aprovada por 53 votos a favor e 16 contra. Em 30 de novembro, o texto tinha recebido 61 votos, contra 14. São necessários dois turnos, por se tratar de PEC. A diferença de oito senadores assanhou a oposição.
“Foi uma grande vitória da oposição. É uma demonstração de que a base de sustentação desse governo está começando a ruir”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE). Choveu desculpas dos faltosos. No entanto, pelo menos cinco senadores ausentes apareceram no Congresso após a aprovação da proposta: Rose de Freitas (PMDB-ES), Marcelo Crivela (PRB-RJ), Fernando Collor (PTB-AL) e João Alberto (PMDB-MA). Além deles, Dário Berger (PMDB-SC) votou contra.
O cenário acende o sinal vermelho. Temer reduz a chamada gordura política – quando é minado o apoio da base aliada. Isso pode complicar votações no próximo semestre. Para a aprovação da reforma da Previdência, polêmica e prioritária para o Planalto, são necessários 49 senadores.
A queda de popularidade do governo, segundo pesquisa Datafolha, é outro motivo que coloca o governo em xeque. E mais: aliados do presidente temem que o efeito da delação premiada da Odebrecht complique ainda mais a situação das votações, em 2017. “Não sabemos nem se o governo chegará ao fim”, teme o aliado deputado Jerônimo Goergen (PP-RS). O recesso vem em boa hora!
Fonte: Blog do Magno Martins
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