* * * O presidente Michel Temer, que encara altos índices de rejeição, marcou um gol de placa com o anúncio de três medidas voltadas à classe média e aos trabalhadores: saque de contas inativas do FGTS, redução dos juros de cartões de crédito e prorrogação do programa de proteção ao emprego.As duas primeiras têm maior impacto. O saque do fundo de garantia permitirá muitos trabalhadores a movimentarem um dinheiro perdido. De regra, o empregado só pode sacá-lo após três anos sem carteira assinada. Reduzir os juros do cartão de 400% ao ano para 200% é vitória. É pesado o lobby dos bancos * * *
* * * O ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, informou que até 1º de fevereiro o governo divulgará um cronograma para os trabalhadores interessados em sacar os recursos disponíveis em contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) até 31 de dezembro de 2015. O calendário, explicou o ministro, seguirá ordem determinada pelas datas de nascimento dos beneficiários. O governo optou por retirar o limite para saque, antes avaliado entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil porque, segundo o ministro, os valores dessas contas inativas se concentram (86%) em contas de valores correspondentes a um salário mínimo. * * *
* * * Muito economista deve torcer o nariz para as lembrancinhas de Natal de Michel Temer. Mas é difícil dizer que o presentinho do FGTS, por exemplo, seja irrelevante, embora seja um presente do gênero “par de meias”. Em termos econômicos, é um bandeide daqueles miudinhos, para cobrir agulhada de injeção. A mudança no rotativo do cartão pode aliviar um tantinho a vida dos endividados de morte (pagam em média juros de 475% ao ano). Mas o total de crédito no rotativo é de R$ 39 bilhões; o crédito total para pessoas físicas passa de R$ 1,5 trilhão. No entanto, banqueiros dizem que a pressão do governo sobre os spreads bancários deve fazer algum efeito (são eles que estão dizendo, atenção. Spread é a diferença entre o custo do dinheiro para os bancos e o custo cobrado dos clientes, tomadores de empréstimos). O custo de captação voltou ao que era em dezembro de 2014. Mas a taxa média para pessoas físicas passou desde então de 31% para os atuais 43%. Facada. Quanto vale o show do FGTS ? * * *
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