Nos primeiros 15 dias do ano de 2017, houve três massacres no Brasil. Dentro dos presídios, foram massacrados pelo menos 134 presos. Fora das cadeias, autoridades de um poder público cada vez mais impotente massacraram a lógica. Na semana passada, o ministro Alexandre Moraes, da Justiça, admitira que a crise é aguda. Mas disse que a situação estava sob controle. Neste domingo, em nova chacina, as facções criminosas deixaram claro que são elas que estão no controle.
No Rio Grande do Norte, além da lógica, autoridades massacraram a verdade. Após 14 horas de inércia, em que os presos quebraram o pau sem repressão, o governo potiguar anunciou no domingo o controle do motim. Menos de 24 horas depois, os presos estacvam novamente em cima do telhado, desafiando o Estado.
O ministro da Justiça reunirá em Brasília nesta terça-feria os secretários de segurança dos Estados. Na quarta, os governadores estarão com Michel Temer. Na pauta, a implementação de um plano nacional de segurança redigido sobre o joelho. A crise poderia produzir uma Renascença. Mas o país parece desejar o sangue.
Há três meses, o Datafolha informou que 57% dos brasileiros concordam com a tese segundo a qual bandido bom é bandido morto. Significa dizer que a maioria enxerga no autoextermínio de presos como um avanço. Aos poucos, a modernidade brasileira desbrava o caminho que conduz à Idade Média.
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