Por Helena Chagas – Blog Os Divergentes
Falta um ano e meio para as eleições gerais de 2018 e o tempo vai se encurtando. A esta altura, os políticos só pensam nisso, inclusive os aliados de Michel Temer. Aquela esperança de tudo se ajeitar – o governo do peemedebista consertar a economia e ter forte influência na própria sucessão -, pode esquecer, conforme ficou claro hoje em duas más notícias para o Planalto: o desemprego recorde na casa dos 13% e a última rodada da pesquisa CNI/Ibope.
Os números já ruins da popularidade presidencial cresceram de forma consistente dezembro para cá, numa variação negativa de cerca de seis pontos, acima portanto de oscilações de margem de erro. A avaliação negativa do governo passou de 46% para 55%, a desaprovação à maneira de Temer governar subiu de 64% para 73% e o percentual dos que não confiam no presidente subiu de 72% para 79%.
A esta altura, o maior risco para o Planalto é a deserção de aliados que, já de olho na eleição do ano que vem, podem começar a achar que não será vantajoso chegar lá ao lado do atual governo. Ainda é cedo para se falar em debandada, e um ano e meio de caneta e Diário Oficial na mão podem retardar esse processo a favor do Planalto. Mas, se até meio do ano as coisas não melhorarem, nem na economia e nem na popularidade presidencial, vai ficar difícil segurar o estouro da boiada. É por isso que, ou o Planalto corre e usa todos os seus recursos, favores, cargos e emendas para aprovar logo a reforma da Previdência, ou as coisas vão ficar muito complicadas.
Não por acaso, o ex-presidente e atual líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, um alagoano pragmático e com faro certeiro para as mudanças de rumo nos ventos políticos, anda costeando o alambrado. Até por causa da Lava Jato, precisa da reeleição para sobreviver. E talvez tenha percebido que Temer pode não ser boa companhia em 2018.
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