Seis institutos de pesquisa apresentaram ontem seus prognósticos para a eleição de domingo na França, convergindo para um resultado de 63 pontos para Macron e 37% para Marine Le Pen. A disputa assim parece decidida, inclusive estas pesquisas revelam que Macron ampliou sua margem de vitória, porque venceu o debate terça-feira por ampla maioria de 2/3. Foi considerado melhor desempenho que lhe proporcionou aumentar sua vantagem, que antes do debate era de 18 pontos, para 26 pontos. O crescimento na reta final consolida a perspectiva de sua vitória.
Inclusive, Marine Le Pen foi alvo de várias hostilidades na sexta-feira, último dia da campanha eleitoral. A candidata da extrema direita divulgou nota colocando em dúvida as pesquisas, lembrando que pesquisas falharam recentemente na Inglaterra e também nas eleições presidenciais dos EUA. O fato é que Marine Le Pen não conseguiu aglutinar forças adicionais à sua campanha, permanecendo isolada na extrema direita. Do outro lado, Macron conseguiu reunir o apoio de forças da esquerda às correntes do centro, que é a origem de sua candidatura. Nem o apoio que recebeu do presidente François Hollande foi capaz de lhe retirar votos na fase final da campanha.
IMIGRAÇÃO – A questão dos imigrantes causou fortes prejuizos eleitorais a Marine Le Pen. Ela terminou ficando isolada nos seus impulsos radicais e com isso não conseguiu arrebatar eleitores flutuantes, cujo apoio tem sido decisivo nas eleições francesas. Em 1965, por exemplo, votaram em De Gaulle contra MitterRand mas em 79 preferiram Mitterrand a Jacques Chirrac.
Os posicionamentos radicais acabam quase invariavelmente contribuindo para comprimir o teto dos candidatos das extremas. Agora as esquerdas francesas tiveram um motivo comum para se unir em torno de Macron, um candidato do centro, porque não poderiam votar em Marine Le Pen, que se isolou do eleitorado francês em função de seu próprio comportamento ideológico.
Este é o quadro da eleição de hoje na França, partindo-se da perspectiva de que seis institutos de pesquisa eleitorais dificilmente cometeriam um erro tão grande, já que a diferença de 63 para 37 pontos apresenta-se como definitivo. Nas urnas, predomina a esperança e não o inconformismo, que não influi para se transformar na maioria dos votos.
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