Conselho de Ética do Senado mantém arquivado pedido de cassação do mandato de Aécio.

Seguindo o entendimento do presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), o Conselho de Ética da Casa decidiu manter o arquivamento do pedido de cassação do mandato do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A decisão se deu em um recurso contra a decisão monocrática do presidente do conselho e pedia a abertura de processo contra o tucano. Em decisão do colegiado, por 11 votos a 4, o caso foi definitivamente arquivado nesta quinta-feira (6).

O recurso havia sido protocolado pelos senadores Lasier Martins (PSD-RS), Pedro Chaves (PSC-MS), João Capiberibe (PSB-AP), Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) e José Pimentel (PT-CE), membros titulares do conselho, no dia 27 de junho.

No último dia 23 de junho, João Alberto arquivou o pedido de cassação do mandato de Aécio sob a alegação de não vê motivos para o fato. “Não me convence pedir cassação de um senador eleito por milhões de votos em função de uma armação feita com o senador”, declarou na ocasião. O Conselho de Ética estava desativado há quase cinco meses desde o início deste ano.

O protocolo inicial da ação contra Aécio foi feito na Secretaria de Apoio a Órgãos do Parlamento em 18 de maio por representantes da Rede e do Psol – o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e Ivan Valente (Psol-SP). Aécio é investigado por crimes como corrupção e associação criminosa. Pelas denúncias, o peessedebista estava impedido de exercer o mandato até a última sexta-feira (30), quando o ministro Marco Aurélio decidiu reaver seu cargo.

As complicações de Aécio se agravaram com a divulgação da gravação em que um dos donos do Grupo JBS, Joesley Batista, flagra o tucano pedindo-lhe R$ 2 milhões. O dinheiro, de acordo com a delação de Joesley, já homologada no Supremo, foi repassado a um primo de Aécio, que foi preso na Operação Patmos – mas já está em prisão domiciliar por decisão do Supremo. A entrega foi registrada em vídeo pela Polícia Federal, que rastreou o caminho da encomenda e descobriu que o montante foi depositado na conta de uma empresa do filho do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), aliado de Aécio na política mineira. O tucano terá pedido de prisão julgado pelo STF nos próximos dias.

Congresso em Foco

 

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