A votação da denúncia contra Temer deve trazer surpresas. Em todos os partidos da base governista há gente disposta a votar contra o presidente a quem apoia – e, por tabela, contra seus próprios partidos, que têm cargos e portanto partilham a política oficial. Até no próprio partido de Temer, o PMDB, há dissidentes.
Um, o deputado Jarbas Vasconcelos, acha que qualquer denúncia de corrupção tem de ser investigada. Outro, Osmar Serraglio, foi ministro da Justiça de Temer e não engoliu seu afastamento. Um é ligado ao ex-governador fluminense Sérgio Cabral e não tem qualquer apreço pelo presidente.
Há quatro outros dizendo que ainda não decidiram (aliás, os críticos de Temer na base governista também usam a desculpa da indecisão). Em resumo, todos são PSDB. Em cima do muro.
O presidente tem excelentes probabilidades de vencer na Câmara. Seus adversários, para mandar investigar a denúncia, precisam de 342 votos. Até agora não conseguiram sequer 342 deputados, votem como votarem, para abrir a sessão.
A oposição pode adiar a votação o quanto quiser, mas enquanto isso a pauta fica trancada.
Quanto tempo os deputados resistem sem votar nada do interesse de seus eleitores e doadores de campanha ?
Fonte: Carlos Brickmann
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