Nem bem havia terminado a leitura da denúncia contra o presidente Michel Temer no plenário da Câmara – rito que define o início da tramitação do pedido de abertura de ação penal – e a base governista já começava o troca-troca de integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para blindar o presidente. O colegiado é o primeiro destino da peça, que acusa Temer de obstrução de Justiça e organização criminosa. Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral) também são alvo da denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Em sintonia com o governo, o PTB formalizou a indicação do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) como titular na CCJ. Ele votou contra o prosseguimento da primeira denúncia, que acusava Temer de corrupção passiva. Marquezelli estava como suplente, e a vaga do partido no colegiado, em aberto. Assim como o PTB, o PP também tem uma vaga livre na comissão.
O troca-troca durante a apreciação da primeira denúncia rendeu 12 votos a favor do governo no colegiado. O Palácio do Planalto avalia que, desta vez, não será necessário fazer o mesmo volume de mudanças, já que muitos parlamentares que foram colocados na comissão para votar com o governo foram mantidos.
Mas o governo já mapeou os nomes dos parlamentares com os quais não poderá contar, entre eles Expedito Netto (PSD-RO) e Jorginho Mello (PR-SC), titulares na CCJ e que votaram a favor da primeira denúncia contra Temer. Na bancada do DEM, os governistas desejam que o suplente Carlos Melles (DEM-MG) tenha a chance de votar na CCJ caso haja risco para o placar almejado pelo governo. Estima-se que Temer conseguirá, desta vez, mais de 41 votos na comissão – placar da votação da primeira denúncia. Após passar pela CCJ, a peça acusatória será apreciada em plenário, onde precisa do apoio de, pelo menos, 342 dos 513 deputados federais.
Fonte: Agência Estado.
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