O dia 3 de outubro é, desde 2006, feriado estadual no Rio Grande do Norte, para comemoração do Dia dos Bem-Aventurados Mártires de Cunhaú e Uruaçu.

Em 16 de julho de 1645, o padre André de Soveral e setenta fiéis católicos participavam de uma missa dominical da Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, município de Canguaretama quando foram atacados e cruelmente mortos por centenas de índios potiguares, sob o comando de militares holandeses.

Canguaretama é um dos municípios potiguares mais próximos à divisa com a Paraíba; quem passa pela BR-101 não pode deixar de notar, na entrada para Canguaretama, um pequeno monumento com menção aos mártires.

Algumas semanas depois, em 3 de outubro de 1645, aconteceu outro massacre, no qual 80 pessoas foram mortas por holandeses; entre os mortos, ficou o registro do camponês Mateus Moreira, que teria tido o coração arrancado pelas costas por negar-se a renunciar ao catolicismo. Esse massacre aconteceu na Comunidade Uruaçu, em São Gonçalo do Amarante, distante de Natal 18 km.

Em 1989, o Vaticano formalizou o processo de beatificação dos mártires. Em dezembro de 1998, o papa João II assinou o decreto reconhecendo o martírio de 30 brasileiros, sendo dois sacerdotes e 28 leigos; em 5 de março de 2008, o Papa celebrou a beatificação dos primeiros mártires brasileiros.

Em São Gonçalo do Amarante, principalmente a partir da lei que intituiu o feriado, toda a semana que antecede o 3 de outubro é celebrada com diversas festas e procissões; o principal evento é a encenação do Auto dos Mártires, que reúne 80 atores da própria comunidade, e que a cada ano vem ganhando em produção e em audiência.

 

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