Michel Temer chama líderes para construir pauta comum e reconquistar base.
O presidente Michel Temer vai convidar os líderes da base aliada na Câmara para discutir uma pauta comum de projetos que podem ser votados nos próximos meses. A ideia é ampliar o protagonismo dos deputados na construção dessa agenda para tentar reconquistar o apoio dos partidos a seu governo.
Temer deve receber os líderes partidários para uma reunião no início da noite de segunda-feira (6). Antes disso, o peemedebista quer conversar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é o responsável pela definição da pauta de votações da Casa. Em um gesto de reaproximação com Maia e com os deputados, o Palácio do Planalto vai apoiar projetos de iniciativa de parlamentares para as áreas da saúde e da segurança pública. Uma das propostas é o texto que reorganiza o setor dos planos de saúde.
Com esse movimento, o governo espera recuperar o apoio das siglas que compõem sua base de sustentação. O Planalto observou a dispersão das bancadas desses partidos na Câmara na votação da segunda denúncia contra Temer, no fim de outubro, quando apenas 251 dos 513 deputados se posicionaram a favor do presidente —na primeira votação, em agosto, foram 263 votos a seu favor. Temer busca também distensionar sua relação com Rodrigo Maia. O presidente da Câmara entrou em choque com o Planalto em diversas ocasiões nos últimos meses e criticou, por exemplo, o excesso de medidas provisórias editadas pelo governo, sem negociação com o Congresso.
Ao construir uma pauta consensual, Temer quer abrir caminho para aprovar também as medidas de ajuste fiscal que são consideradas impopulares, mas essenciais para seu governo. As principais são a reforma da Previdência e o pacote de medidas provisórias adia o reajuste de servidores e aumenta a contribuição previdenciária do funcionalismo.
As mudanças na Previdência ainda enfrentam resistência na base aliada, principalmente devido à proximidade com as eleições que renovarão os mandatos dos deputados. Além disso, os partidos se recusam a discutir o assunto enquanto Temer não fizer uma redistribuição de cargos no primeiro escalão do governo.
Fonte: Folha
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