Apesar da pressão do “Centrão” pela vaga de Antonio Imbassahy na Secretaria de Governo, o presidente Michel Temer sinalizou a aliados que a troca do ministro deverá atender – com aval do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI) – ao PMDB e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O PP faz parte do “Centrão”, mas a ideia do presidente, segundo fontes disseram ao Blog, é que o partido seja contemplado com outra pasta: o Ministério das Cidades. No caso de Imbassahy, o objetivo é consultar Ciro para que ele não apresente óbice ao nome do substituto do ministro.
O PP é um dos principais partidos investigados na Lava Jato. O próprio Ciro Nogueira já foi denunciado por lavagem de dinheiro pela Procuradoria Geral da República (PGR) por conta das investigações. A tendência da indicação para a vaga de Imbassahy é de um nome consensual apresentado pelo PMDB da Câmara, liderado por Baleia Rossi (SP), junto a Rodrigo Maia.
Maia é personagem-chave para o Planalto por conta do cronograma da votação da reforma da Previdência, mas, principalmente, porque ele ditará o ritmo dos trabalhos do pacote do ajuste fiscal. O governo também não quer problemas com Maia em relação aos ajustes na reforma trabalhista. O presidente da Câmara queria que as mudanças fossem encaminhadas via projeto de lei, mas Temer cedeu ao Senado e enviou as alterações por medida provisória, o que contrariou o deputado do DEM.
O presidente Michel Temer avalia realocar o atual titular da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), para o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, segundo fontes envolvidas na negociação da reforma ministerial. Com o provável desembarque do PSDB do governo, o tucano é alvo de pressão do PMDB e de partidos do Centrão, principalmente o PP, para que seja retirado da articulação política do governo. O cargo de ministro da Transparência está vago desde maio deste ano, quando o então titular da pasta, Torquato Jardim, saiu para assumir o Ministério da Justiça.
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