Por Antonio Rocha

Sidarta Gautama, depois conhecido como Buda, era um príncipe. Até os 29 anos foi criado para ocupar o trono. Portanto, desde a mais tenra infância conviveu com o exercício do Poder. Conhecia muito bem as artimanhas palacianas, os meandros para governar um povo.

O texto a seguir data do século VI antes de Cristo, está nas páginas 160 e 161 da ótima edição lusitana “O Ensinamento de Buda”, do monge Walpola Rahula (1907-1997), do Sri Lanka, professor visitante em várias universidades dos EUA e Europa (livro lançado pelo Editorial Estampa).

Alguém pode falar que é pura ilusão, utopia, mas eu sou otimista. Assim – quem sabe? – lá pelo século 25 tenhamos governantes nestas condições. Ou então, por favor, que nossos líderes políticos, candidatos e candidatas, pelo menos, se aproximem um pouco da proposta budista.

1) Altruísmo, generosidade, caridade. O dirigente não deve ter avidez nem apego pela riqueza e bens materiais. Deve dispensá-los para o bem estar do povo.

2) Elevado caráter moral. Não deve em caso algum destruir vida, enganar, roubar e explorar outros. Não deve cometer adultério, proferir falsidades ou tomar bebidas intoxicantes.

3) Bem-estar social. Sacrificando tudo pelo bem do povo, deve estar preparado para abandonar todo conforto pessoal, fama e até mesmo a vida.

4) Honestidade e integridade. Deve eliminar o medo e o favorecimento no exercício dos seus deveres. Deve ser sincero nas intenções.

5) Bondade e afabilidade. Deve ter um temperamento simpático e cordial.

6) Austeridade nos hábitos. Deve conduzir uma vida simples, não se envolvendo em luxúria; deve ter autodomínio.

7) Superação da aversão, da animosidade, da inimizade. Não deve alimentar rancor contra ninguém.

8) Não violência. Significa que não deve prejudicar ninguém; deve procurar promover a paz, evitar e prevenir a guerra. Evitar toda forma de violência.

9) Paciência, tolerância, compreensão. Deve ser capaz de enfrentar contrariedades, dificuldades e a injúria sem perder a compostura.

10) Não fazer oposição, nem obstrução. Isto é, não deve opor-se a vontade do povo, nem obstruir quaisquer medidas que possam conduzir ao bem-estar do povo. Deve governar em harmonia com o povo.

 

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