Um pedaço do tucanato voltou a analisar a hipótese de acordar em outra legenda até o mês de março. A revoada já tem até um destino provável: o Livres, partido que virá à luz por meio de um rebatismo do nanico PSL. Dois fatores estimulam a banda insatisfeira do PSDB a olhar para a porta de saída:

1. Ao assumir a presidência do partido, há uma semana, Geraldo Alckmin não expressou interesse por uma pauta de renovação da legenda. Passou batido pela ideia de autocrítica esboçada pelo senador Tasso Jeressati antes de ser destituído por Aécio Neves da presidência interinada da legenda. Ao discursar, Alckmin absteve-se até mesmo de citar o vocábulo “corrupção”. E ainda afagou o governo de Michel Temer.

2. Os tucanos que flertam com a dissidência farejaram no subsolo da legenda um acordo tácito entre Alckmin e o grupo de Aécio. Prevê que, ao mergulhar na campanha presidencial, Alckmin entregaria o dia a dia do partido para o governador de Goiás, Marconi Perillo. Alçado na convenção tucana ao posto de vice-presidente do PSDB, Marconi é visto como uma espécie de longa manus (mão estendida) de Aécio no comando partidário.

Suprema ironia: nascido de uma costela do PMDB, o PSDB chega às portas de 2018, ano em que fará aniversário de 30 anos, tendo que tourear sua própria dissidência. Por ora, o grupo é estimado em algo como dez parlamentares —o que equivale a 21,7% da bancada de 46 deputados federais do PSDB.

Em privado, até um tucano de alta plumagem como Tasso Jereissati declara-se de saco cheio do PSDB. Há coisa de duas semanas, Tasso disse a pelo menos um correligionário que não exclui a hipótese de bater em retirada. O interlocutor não levou Tasso a sério. Não acredita que o senador esteja de saída para outra legenda. Mas o simples desabafo de Tasso dá ideia do ponto a que chegou a deterioração do ninho.

 

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