Por Pedro do Coutto

Em entrevista a Geralda Doca, Letícia Fernandes e Paulo Cesar Ferreira, o ministro Moreira Franco afirmou que o governo Michel Temer poderá apresentar um candidato único à sucessão presidencial de 2018. Ao defender a escolha comum, acentuou que o candidato deverá representar o conjunto de forças que hoje formam ao lado do Palácio do Planalto. “Não há possibilidade”, acrescentou, “de não termos um candidato capaz de entusiasmar o eleitorado”.

Analisando-se o conteúdo da entrevista, pode se chegar à interpretação de que o nome mais adequado para união colocada em debate é o de Geraldo Alckmin. Isso porque a candidatura Alckmin entra nas hipóteses de Moreira Franco. E o governo não possui outro nome nas mesmas condições apresentadas pelo governador de São Paulo.

CAMINHO NATURAL – O Ministro Moreira Franco que, obviamente, falou em nome do presidente Michel Temer admitiu ser esse o caminho mais natural para o projeto de unir as correntes governistas. Essa opinião é minha. Moreira não disse diretamente que o rumo desloca-se para São Paulo. Porém, admitiu que o governador paulista reúne as condições para defender o Executivo nas urnas deste ano.

Moreira defendeu uma frente formada pelas diversas legendas que apoiam o governo. Incluiu o PSD e o DEM de Rodrigo Maia. No entanto, ao se referir as condições para que o candidato seja escolhido, não se referiu ao Ministro Henrique Meirelles, que é do PSD. Quer dizer: o PSD, de Gilberto Kassab, entra nos cálculos da construção da frente. Mas Henrique Meirelles não está incluído entre as hipóteses.

Tanto assim que o ministro, ao falar que o candidato tem que apresentar sua capacidade de convencimento do eleitorado, citou, concordou em princípio com a possibilidade de Geraldo Alckmin constituir-se na solução natural do governo.

APOIO DE FHC – Portanto, dando sequência ao apoio já manifestado a Alckmin, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tudo leva a crer que, logicamente, o rumo do Planalto esteja basicamente traçado.

A entrevista de Moreira Franco, a meu ver, abre o debate concretamente em torno da sucessão presidencial. Importante, agora, é saber a reação do ministro Henrique Meirelles: apoiará o nome de Alckmin, ou encerrará sua participação no governo? Porque se permanecer na Fazenda é sinal de que desistiu da indicação e da missão, que atribuiu a si mesmo, de representar na campanha eleitoral a política econômica de Michel Temer.

MEIRELLES EXCLUÍDO – As reportagens políticas deviam se voltar para entrevistar o titular da Fazenda, pois praticamente seu nome foi excluído da lista de escolha do candidato único do Executivo.

O quadro é incerto, sobretudo porque tem que se esperar a decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região a respeito da condenação ou não do ex-presidente Lula. A partir daí começa a maratona 2018 pelo poder.

Sem Lula, o quadro político altera-se substancialmente em matéria de voto. Com Lula, o panorama é o atual. Temos que se esperar mais 20 dias para saber.

 

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