O julgamento do ano

O PT quer transformar o julgamento de Lula, no próximo dia 24, em Porto Alegre, no julgamento o ano. A senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) exagerou na dosagem ao defender o ex-presidente. Chegou a afirmar ao site Poder360 que “para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”.

Após críticas, Gleisi disse que se tratava de uma “força de expressão”. Lindbergh, por sua vez, publicou um vídeo no qual avaliou que a colega de partido “elevou o tom do discurso” de maneira positiva ao dizer que “vai ter que matar gente” para cumprir um eventual pedido de prisão do ex-presidente.

Lindbergh também disse que “não é hora de uma esquerda frouxa, burocratizada, acomodada”. “Eu concordo com a posição da senadora Gleisi Hoffmann: nós não vamos aceitar a condenação do presidente Lula”, completou. Na verdade, o PT já está convencido de que Lula será condenado em segunda instância e por isso mesmo aliados do ex-presidente passaram a radicalizar no discurso para fazê-lo de vítima, sob alegação de inexistência de provas.

As declarações da senadora varreram o mundo e para o próprio réu não somou nada. Pelo contrário, só fez incitar o Judiciário, que está cumprindo o seu papel. Tanto repercutiu que cerca de 300 jornalistas nacionais e estrangeiros devem acompanhar o julgamento no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. O julgamento é cercado de grande expectativa. Manifestações de grupos que apoiam e condenam o petista estão previstas no entorno do Tribunal da Lava Jato.

Profissionais de imprensa da Inglaterra, Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França, Espanha Dinamarca, Catar e Argentina estão credenciados para acompanhar o julgamento da apelação criminal número 50465129420164047000 – o processo do famoso tríplex, no qual, em primeira instância, Lula foi condenado a 9 anos e seis meses de prisão.

São 43 correspondentes estrangeiros e cerca de 250 profissionais de imprensa do Brasil, que poderão permanecer nas áreas destinadas à cobertura jornalística do julgamento. Para garantir a transparência e o trabalho da imprensa, o TRF-4 está organizando uma Sala de Imprensa para 100 profissionais, no andar térreo do prédio. Eles poderão acompanhar ao vivo a sessão de julgamento, por meio de telão. A mesma transmissão será disponibilizada também pela internet.

Além disso, os jornalistas de televisão, rádio, impresso e online que estarão na Sala de Imprensa poderão mandar o sinal diretamente para seus veículos. Os profissionais também vão acompanhar a movimentação em frente ao prédio do TRF-4, com credenciamento específico para este local.

 

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