Via Portal Agora RN

Cogitados para a eleição de outubro próximo, o desembargador Cláudio Santos e o empresário Tião Couto ainda não definiram como participarão do pleito. Os dois são especulados para cargos majoritários, seja ao Senado ou até mesmo para o governo estadual, mas ambos esbarram no mesmo problema: a falta de um partido para lhes abrigar.

Oficialmente, Cláudio Santos não comenta o assunto. Em entrevistas, tem dito que a condição de desembargador de Justiça lhe impede de comentar assuntos partidários ou eleitorais. “Como magistrado, não posso fazer política partidária e não tenho feito. Apenas eu sou uma autoridade pública participativa, gosto de participar dos debates, de opinar a respeito das questões. Mas não faço política partidária. Vou continuar magistrado até quando Deus quiser”, ressaltou, em uma declaração recente.
Apesar de não admitir, o desembargador, que se quiser ser candidato tem de deixar o cargo no Tribunal de Justiça até abril, está dialogando com líderes partidários em busca de uma sigla que acolha uma suposta candidatura. Os favoritos no momento são o Avante e o PTB.
A favor de Cláudio Santos, está o fato de o desembargador ser considerado rígido em suas decisões e também seus posicionamentos contundentes e enérgicos no quesito segurança pública, tema apontado em pesquisas como o problema que mais aflige os potiguares. Quando foi presidente do Tribunal de Justiça, suas ações administrativas também foram bem avaliadas.

Já Tião Couto trata do assunto com mais naturalidade. Candidato a prefeito de Mossoró em 2016, quando terminou a disputa em segundo lugar, o empresário era filiado ao PSDB até o início deste ano, quando tomou a decisão de desembarcar da legenda.
Por causa da troca partidária – ele ainda não definiu qual será o seu destino –, o empresário mesmo reconhece que sua candidatura é ainda incerta. “Estou na incógnita porque tomei a decisão de sair do PSDB e ainda estou conversando com vários partidos”, contou ao Agora RN.
O empresário, porém, assume que uma legenda é “favorita” para receber a sua filiação, o PR. “Como o movimento que foi criado era composto por PSDB e PR, estou mais próximo desta legenda. Os empresários que me apoiam estão lá”.
O empresário diz que o grupo político ao qual pertence terá candidatos próprios em todos os cargos em disputa na eleição deste ano, incluindo Governo do Estado e Senado, “mesmo sem o PSDB”.
“Vamos ter candidatos na majoritária. Este é o nosso projeto, e vamos seguir com ele. No final de fevereiro ou em março, teremos a definição dos nomes. Isso está aberto, mas é mais provável que eu seja candidato a governador. Vai depender de uma decisão colegiada”, finaliza.
A favor de Tião Couto está o fato de o empresário contar com apoio de lideranças do setor produtivo, que tem relativa capilaridade eleitoral nos últimos anos, em face da ascensão de figuras “outsiders”, candidatos não tradicionais que ingressaram na política em outras cidades e estados.
Contra ele – e contra Cláudio Santos também, consta um fator, todavia: o fato de eles serem ainda “desconhecidos” fora de suas áreas de atuação. No caso de Tião, Mossoró; e Cláudio Santos, Natal e Seridó.

 

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