Por Josias de Souza
Ao enfiar dentro da biografia épica de Lula uma condenação de segunda instância, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região corrigiram uma imperfeição do mensalão. O primeiro escândalo da era petista desceu aos livros de história como uma máfia sem capo. A consolidação da primeira condenação de Lula deu ao petrolão, finalmente, a cara de um chefe.
Em quase quatro anos de Lava Jato, o Brasil já havia experimentado sensações inéditas. Pela primeira vez desde as Caravelas, o braço punitivo do Estado investigou e prendeu pessoas que, historicamente, se comportavam como se estivessem acima das leis. Ao aproximar Lula da cadeia, o TRF-4 leva a maior investigação anticorrupção da história a um novo patamar.
Numa democracia séria a taxa de risco dos corruptos precisa ser alta. No Brasil, os larápios trabalhavam com duas hipóteses: não ser apanhado ou ser apanhado e não acontecer nada. A partir da elevação da pena imposta a Lula, políticos desonestos passam a temer uma terceira hipótese: a de ser apanhado e de responder pelos crimes.
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