O juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara de Brasília, responsável por processos relacionados à Operação Zelotes e desdobramentos da Lava Jato, deixará de conduzir ações penais contra o ex-presidente Lula (PT), os ex-presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (MDB) e Eduardo Cunha (MDB), e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB). Os processos foram transferidos para a 12ª Vara, especializada em lavagem de dinheiro, que passará a existir a partir do dia 26.
A criação da 12ª Vara foi anunciada no ano passado, por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que também definiu a redistribuição dos casos. As audiências dos processos que passaram para a 12ª ficarão suspensas entre 26 de fevereiro e 2 de março. Parte dos processos continuará com a 10ª Vara. O ex-presidente Lula, por exemplo, é réu em quatro ações em Brasília e apenas uma, no âmbito da Zelotes, será transferida para a 12ª Vara.
O Estado apurou com integrantes do MPF que os juízes que passarão a conduzir os casos, Pollyana Kelly Alves e Marcus Vinícius Reis, têm um perfil mais ‘garantista’, diferentemente de Vallisney, considerado um juiz mais duro na condução das ações penais e inquéritos.
No âmbito da Operação Zelotes, passa a ser de competência da 12ª Vara a ação em que o ex-presidente Lula e seu filho, Luíz Cláudio são réus acusados de negociar e receber R$ 2,5 milhões do casal de lobistas Mauro Marcondes Machado e Cristina Mautoni, também denunciados, a pretexto de influenciar a prorrogação, pelo governo, de incentivos fiscais a montadoras de veículos e a compra dos caças Gripen, da sueca Saab, por US$ 5,4 bilhões.
Pollyana e Marcus Vinícius também passarão a conduzir processos de desdobramentos da Lava Jato em Brasília, como as Operações Sépsis e Cui Bono, que investigam desvios na Caixa Econômica, no FI-FGTS e nos fundos de pensão. No âmbito dessas investigações são réus presos preventivamente o ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves.
ESTADÃO
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