Por José Nivaldo Junior
A cada instante se revezam nos noticiários fatos chocantes para os quais não são fornecidas explicações razoáveis. Tragédias humanitárias, atentados terroristas, guerras cruéis e massacres midiáticos ocupam o cenário internacional; rebeliões de presos, ações espetaculares de banditismo, cenas e números de guerra civil sublinham a violência endêmica no País. Sobram informações, mas falta entendimento.
Chocadas, indignadas, amedrontadas, as pessoas recorrem a termos como “absurdo”, “maluquice”, “barbárie” e assemelhados, que não ajudam a explicar os acontecimentos e muito menos a interpretar os seus motivos reais.Pelo contrário, remetem para um cenário de sombras, onde nada faz sentido. Pelo que assistimos e lemos, o mundo contemporâneo parece saído das páginas de um romance de Franz Kafka, o mestre do absurdo.
Como se contrapor a isso e decifrar a “loucura” dos dias atuais? O caminho é conhecer mais e melhor a História, com suas contradições, suas leis e as explicações para as causas reais dos fenômenos econômicos, sociais e políticos. E sobretudo retomar e recorrer a uma linha de pensamento que forneça um fio condutor no emaranhado de acontecimentos aparentemente caóticos.
O método dialético não é único, mas possibilita o entendimento das conexões, da dinâmica e das razões reais dos fatos por trás das aparências.
Desse modo, podemos evitar que o obscurantismo continue se sobrepondo ao entendimento. Sem pensar metodologicamente, o ser humano não tem alternativa: em plena era do mais intenso desenvolvimento tecnológico; na época da informação instantânea e globalizada; no tempo da interação democrática e sem fronteiras das redes sociais, permanecerá cada vez mais perplexo e desconectado da sua própria realidade.
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