Ainda é cedo para saber quem serão os maiores beneficiados pela desistência do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, do pleito presidencial, mas a eleição perdeu sua grande ‘novidade’, avaliou a diretora-executiva do Ibope Inteligência, Márcia Cavallari. Segundo ela, a maioria dos eleitores ainda não começou a se interessar pela disputa deste ano e os partidos não começaram a afunilar as candidaturas, o que significa que a corrida continua muito aberta.

“Não dá pra saber, a priori, o potencial de votos que de fato Barbosa teria ou os beneficiados (com sua retirada), até porque ele nunca foi testado e ainda era relativamente desconhecido”, disse a diretora o Ibope, ao Broadcast Político. Márcia Cavallari lembra que, no momento, apenas um terço do eleitorado disse demonstrar algum interesse na eleição e que os simpatizantes do jurista se concentravam justamente nos segmentos de maior escolaridade e renda, que já acompanham a política cotidianamente. Ou seja, dois terços da população ainda precisariam ser ‘relembrados’ sobre quem foi Barbosa. “O nível de reconhecimento dele ainda é pequeno, ele ainda tinha um trabalho de resgatar sua imagem”, disse.

Olhando para os cenários com e sem a presença do ex-ministro na última pesquisa da casa, por outro lado, Márcia nota que a presença de Barbosa retira mais intenção de votos de Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB), nesta ordem. O que significaria, em teoria, que esses candidatos estariam entre os mais beneficiados com a desistência do socialista. A preferência pelo ex-presidente Lula é pouco afetada pela inclusão ou não do ex-ministro no pleito.

 

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