Via Blog do Kennedy
O isolamento e a dificuldade de Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSL) para fechar alianças e encontrar companheiros de chapa reforçam as estratégias eleitorais do PT e do PSDB neste momento da corrida presidencial.
Nesta quarta, a principal notícia foi o acordo entre as direções nacionais do PT e PSB. A neutralidade do PSB na disputa pelo Palácio do Planalto interessa ao ex-presidente Lula e a candidatos a governador petistas e socialistas. Esse entendimento dinamita, nesta fase da disputa, a postulação presidencial de Ciro Gomes (PDT).
A articulação criou duas tensões estaduais importantes. Em Pernambuco, o PT terá de retirar a candidatura de Marília Arraes ao governo estadual. Em Minas, o PSB desistirá da postulação de Marcio Lacerda ao comando do Estado.
Marília tenta reagir, mas a maioria do Diretório Nacional tende a confirmar a decisão da Executiva pelo acordo em que o PT apoiaria a reeleição de Paulo Câmara ao governo pernambucano. Lacerda hesita em aceitar uma candidatura ao Senado por Minas como forma de compensação.
O acordo nacional entre as duas legendas prevê que três caciques do PSB deem apoio a Lula ou a um outro candidato do PT no pleito nacional. São eles: Paulo Câmara, Ricardo Coutinho, que governa a Paraíba e não disputa a reeleição, e o senador João Capiberibe, que concorre ao governo do Amapá.
Em contrapartida, o PSB daria suporte a quatro candidatos do PT: Fernando Pimentel (MG), Camilo Santana (CE), Rui Costa (BA) e Márcia Tiburi (RJ). Pimentel, Santana e Costa tentam a reeleição.
Na busca por uma vaga no segundo turno, o enfraquecimento de Ciro nesta altura da contenda atende aos planos do PT e aos anseios de Geraldo Alckmin, candidato à Presidência pelo PSDB. O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), poderá apoiar Alckmin sem constrangimento.
Para Alckmin, está mantido o desafio de desconstruir Jair Bolsonaro (PSL). A estratégia do PT é arriscada, mas a maioria do partido acha que pode dar certo e luta para que Ciro perca terreno neste momento.
Se a escolha ocorresse hoje, Alckmin preferiria que a senadora Ana Amélia (PP-RS) fosse a sua vice. Mas o presidente do PP, Ciro Nogueira, não é simpático à gaúcha e gostaria que a vice-governadora do Piauí, Margarete Coelho, ocupasse essa vaga. Detalhe: Margarete é vice do governador Wellington Dias, do PT.
Diante das dificuldades, os nomes de Aldo Rebelo (SDD-SP) e Mendonça Filho (DEM-PE) continuavam hoje, em menor grau, na bolsa de apostas para vice do tucano.
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