Via Pedro do Coutto

A Rede Bandeirantes de Televisão informou ontem que na próxima quinta-feira iniciará o ciclo de debates entre os candidatos à Presidência da República inaugurando assim uma temporada de confrontos diretos , dando sequência, assim, à semana de entrevistas exibida pela Globonews. A Rede Bandeirantes colocou a informação em sua tela e também numa página da revista Veja que chegou ontem as bancas. Há uma certa dúvida se o debate reunirá todos os postulantes ou serão destacados aqueles que lideram a mais recente pesquisa do Ibope.

O debate será coordenado pelo jornalista Ricardo Boechat. Vamos assistir e comparar nas próximas pesquisas eleitorais se a tela da TV produzirá efeitos nas cotações de cada um no panorama global. O ex-ministro Meirelles anunciou que estará presente, já como candidato do presidente Michel Temer, homologado em convenção pelo MDB.

DEBATE LONGO – Não foi ainda revelado o tempo de duração da noite de quinta-feira. Mas não poderá ser curto, uma vez que a Bandeirantes já estabeleceu critérios para perguntas, réplicas e tréplicas que inevitavelmente, como é natural ocorrerão.

A partir da semana passada, na minha opinião, já devem estar começando a surgir os reflexos da arrancada inicial da exposição das candidaturas pelas telas da TV. É natural que isso aconteça, porque a televisão é a principal fonte de comunicação entre os elegíveis e os eleitores. São desempenhos ao vivo em que os telespectadores poderão avaliar quais aqueles capazes de proporcionar entusiasmo, além da comparação entre as declarações de cada um.

O critério jornalístico, segundo o Ibope, reportagem de Lucas Altino e Louise Quiroga, edição de ontem de O Globo, é o preferido por 84% dos eleitores do Brasil.  Essa pesquisa foi feita por encomenda da Confederação Nacional da Indústria e revela um aspecto importante.

CARÁTER DIRETO – O que motiva a grande maioria dos eleitores é o caráter direto da linguagem jornalística, mais objetiva do que as mensagens publicitárias caracterizadas como tal.

O fenômeno tem uma lógica: o conteúdo jornalístico representa uma visão mais aberta à compreensão do que espaços pagos. Ninguém vai acreditar que alguém ou alguma empresa vai pagar por um espaço para exibir uma mensagem isenta da realidade dos fatos e das pessoas.

O jornalismo, assim, é o vértice de um triângulo no qual focaliza-se de maneira objetiva o confronto político. Essa minha observação resulta de algumas décadas de experiência ao longo do processo de comunicação. O que fortalece uma candidatura é o caráter mais próximo entre elas e a sociedade. Não é o caso das transações publicitárias, que trazem consigo mesmas pagamentos em dinheiro pelas peças divulgadas.

ALGO INDISPENSÁVEL – Essa, provavelmente, foi a razão do resultado apresentado na edição de O Globo deste sábado. Mas esta é outra questão. A pesquisa, nos dias de hoje, é algo indispensável e mais amplo possível para que se sinta o pulso dos candidatos à Presidência, incluindo as candidatas Marina Silva e Manuel D’Ávila.

Foi uma longa trajetória a afirmação dos Institutos que medem a temperatura da opinião pública. Em Sâo Paulo, por exemplo, O Globo publicou que no estado destacam-se Geraldo Alckmin com 19 pontos e Bolsonaro com 16. Sinal de alarme para Alckmin, uma vez que ele foiu eleito e reeleito pelos paulistas.

Os números não podem contentar a todos. Essa é uma realidade. Mas também é a única forma de se chegar ao poder nas democracias.

 

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