Parece que a eleição ainda não começou. Esta é a impressão deixada pela nova pesquisa do Ibope sobre a corrida presidencial. Depois de dois debates e uma batelada de entrevistas na TV, os candidatos praticamente não se moveram. A exceção foi Lula, que avançou quatro pontos. Preso desde o início de abril, ele agora lidera com 37% das intenções de voto.
Como o ex-presidente deve ser barrado pela Justiça Eleitoral, ficou tudo na mesma. Sem Lula, Jair Bolsonaro mantém a ponta, com 20%. Depois vem o pelotão intermediário: Marina Silva, com 12%, Ciro Gomes, com 9%, e Geraldo Alckmin, com 7%. O petista Fernando Haddad, que ainda é apresentado como o vice de Lula, aparece com 4%.
Faltam sete semanas para a eleição, e três perguntas devem definir o que acontecerá até outubro. São as seguintes: 1) Bolsonaro bateu no teto?; 2) A TV empurrará Alckmin para o segundo turno?; 3) Quantos votos Lula conseguirá transferir para Haddad?
Da primeira pergunta, depende o número de vagas em disputa. Com 20% dos votos totais, Bolsonaro parece ter um pé no segundo turno. Se ele subir mais, restará aos demais concorrentes brigar para enfrentá-lo. Neste caso, Marina, Ciro, Alckmin e Haddad se engalfinharão num jogo de Resta Um. Se o capitão tiver estacionado, todos continuarão no tabuleiro.
A segunda questão tem inquietado os tucanos. Ao abraçar o centrão, Alckmin apostou tudo na velha fórmula de garantir o maior tempo de TV. O problema é saber se o latifúndio eletrônico ainda terá tanto peso na era das redes sociais. “Não tenho certeza”, disse ao GLOBO o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Se a resposta for negativa, Alckmin morrerá abraçado a Roberto Jefferson, Valdemar Costa Neto e outros aliados que cobraram caro por segundos de propaganda.
A terceira dúvida também continua no ar. O apoio de Lula será capaz de botar Haddad no segundo turno? O candidato do PT ainda é menos conhecido que os concorrentes diretos. Ele vai crescer nas próximas pesquisas, a questão é saber em que velocidade. Agora faltam apenas 47 dias para as urnas.
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