A rotina continua na mais enlouquecida eleição da História Republicana, em que os institutos só divulgam no dia seguinte o resultado da pesquisa espontânea, que é a primeira pergunta feita ao eleitor (“Em quem você vai votar para presidente”). É desprezada, mas deveria ser considerada a mais importante, porque indica a intenção de voto que está consolidada ou não. Na prática, só depois de fazer a pesquisa espontânea é que os institutos então ampliam a apuração, apresentando perguntas induzidas ou estimuladas, em que são apresentadas fichas aos eleitores, para que escolham seus candidatos.
A mais recente pesquisa do Ibope, feita nesta quarta-feira, indica que indecisos, outros nomes, brancos e nulos continuam vencendo a eleição. No dia 1º de outubro, segundo o Ibope, totalizavam 34%. Agora, a soma dos três percentuais caiu para 32%, mas permanece liderando a eleição, pois Jair Bolsonaro (PSL), que tinha 29% no dia 1º, só subiu para 30% no dia 3.
OS OUTROS – Na pesquisa espontânea, Fernando Haddad (PT) subiu de 17% para 19%, somente chegando a 22% se absorver os 3% que continuam sendo atribuídos a Lula, vejam como ainda há eleitor desligado dos fatos, em plena véspera das eleições.
Ciro Gomes (PDT) estacionou nos 6%, enquanto Geraldo Alckmin (PSDB) caía de 5% para 4%. Já a candidata Marina Silva (Rede), subiu de 1% para 2%, o novato João Amoêdo fez o contrário e caiu de 2% para 1%, ficou empatadíssimo com Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB) e Cabo Daciolo (Patriotas), que não saem do 1%.
E o resto do pelotão, incluindo Guilherme Boulos (PSOL), nem chega a pontuar, é como se não estivessem na disputa. Outros nomes, que nem candidatos são, se mantêm com 1% das intenções de voto, vejam que tem doido para tudo nessas eleições.
DIZ O DATAFOLHA – Na noite desta quinta-feira, antes do debate, o Jornal Nacional divulgou mais uma pesquisa Datafolha, mas apenas com a apuração induzida ou estimulada, circunstância que mascara o verdadeiros número de indecisos, que é o que realmente interessa nesta altura do campeonato.
Deu Bolsonaro 35%; Haddad 22%; Ciro 11%; Alckmin 8%; Marina 4%; Amoêdo 3%; Alvaro Dias 2%; Meirelles (MDB) 2% e Cabo Daciolo %. Os demais não pontuaram.
Da mesma forma, o Datafolha também não se divulgou de imediato outro quesito da maior importância – o número de eleitores que ainda estão na dúvida e admitem que podem mudar de candidato na hora de votar.
Sem essas duas informações – número de indecisos na pesquisa espontânea e número de eleitor troca-troca na hora de votar, nenhuma análise eleitoral pode ter confiabilidade. E o resto é folclore, como diz nosso amigo Sebastião Nery.
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