Analisando-se bem, com objetividade, o resultado das urnas de ontem, chega-se à conclusão de que a partir de hoje inicia-se um novo ciclo da política brasileira e também uma nova arquitetura partidária do país. Bolsonaro confirmou nas urnas a vantagem que lhe era oferecida pelas pesquisas do Ibope e Datafolha. Foi uma vitória que se pode dizer arrasadora, sobretudo porque arrastou para a estrada da vitória também novos governadores que se encontravam vinculados a sua campanha.
Mas o fato de iniciar-se um novo tempo não é suficiente para que possam ser resolvidos os problema econômicos e sociais que desafiam a governabilidade e o êxito da administração de modo geral.
MUITOS DESAFIOS – Brasil é um país continental, oitava ou nona economia do mundo em matéria de PIB, mas com uma população de praticamente 50% excluída do saneamento, que de outro lado influi diretamente nos índices de saúde da população.
O Brasil também é uma democracia que precisa ser destacada pelo quadro político, a começar pelo Palácio do Planalto e necessita ser sempre reativada. Como no verso de Vinícius, precisa que haja vento sem parar.
A vitória de Bolsonaro, sem dúvida, foi espetacular, sem entrar em análise de conteúdo. Exige-se, portanto, que ele vá ao encontro das mensagens que seus eleitores marcaram firmemente nas urnas de outubro. Além disso, terá que ressurgir das mesmas urnas um novo quadro partidário, porque o sistema até então vigente desmoronou ontem nas ruas, praças, manifestações de júbilo de milhões de eleitores e eleitoras.
ENFRAQUECIMENTO – Alguns partidos sairam enfraquecidos ao extremo. Precisam mudar de ótica e fixar seus projetos de maneira que posam ter um contato mais direto, através de uma ponte de confiança com o eleitorado, que decretou o distanciamento entre o voto, os problemas não resolvidos, as investidas voltadas para o passado recente.
Um dos aspectos que mais influiram na vitória de Bolsonaro foi, sem dúvida, a avalanche de corrupção e desgoverno que envolveu o Brasil nos últimos anos. Mas passou. Agora é tempo de reconstrução do caminho perdido para o progresso e para a justiça social. Falando em corrupção, o panorama que agora surge está sinalizando que os condenados pela Justiça não têm qualquer esperança de verem a possibilidade de encontrarem um lugar ao sol.
Pelo contrário, são os personagens que indiretamente fortaleceram o sentimento de revolta que se exprimiu no candidato do PSL. Vamos aguardar um novo governo. Faltam dois meses para ele, Bolsonaro, cumprir as promessas do candidato.
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