Por Pedro do Coutto
O PSL está aguardando uma decisão do Supremo para incorporar à sua legenda mais sete deputados federais. Com isso o PSL ultrapassaria a bancada do PT, ficando com 59 parlamentares contra 56 do Partido dos Trabalhadores. No STF o relator da matéria é o ministro Luis Fux e tem base na minirreforma eleitoral que entrou em vigor em 2015.
Reportagem de Luisa Martins e Isadora Peron, no Valor, focaliza o tema. Ele faz parte de uma estratégia do governo buscando a maioria parlamentar nas duas Casas do Congresso. A questão maior, entretanto, não é exatamente essa. Ela se refere a arrancada do futuro governo em busca da maioria no Congresso Nacional.
A VOZ DAS URNAS – Pode parecer difícil, à primeira vista, mas na minha opinião a voz das ruas e das urnas assegura um trânsito fácil para o governo que se instala a partir de Janeiro de 2019. Isso porque a atmosfera política do país revelada pelo voto popular tornou-se muito favorável ao presidente Bolsonaro e, em contrapartida, desfavorável ao setor parlamentar. Basta comparar os números.
Jair Bolsonaro venceu por larga margem de votos. Mais da metade dos integrantes da Câmara Federal não se reelegeu. A renovação trouxe consigo uma mensagem bastante contrária ao estilo da atuação do Legislativo em relação ao Executivo. Portanto, qualquer pressão do Congresso sobre o novo Palácio do Planalto criaria uma área de atrito muito densa, com reflexos no segmento militar que estará integrando a equipe de Brasília logo ao alvorecer de 2019. É preciso levar este fator em conta porque, penso eu, um revés de profundidade logo ao início do mandato despertaria reações as mais diversas possíveis.
EM CIMA DO TIGRE – Como diz o velho ditado político, quem monta num tigre não sabe como descer. O panorama é exatamente esse e para identificá-lo consideremos o crepúsculo de quem sai e a alvorada de quem assume o poder.
Em política tem que se considerar um fator visível, mas com base num universo menos claro, no sentido de se estabelecer uma percentualidade. Por exemplo, Adriana Fernandes e Indiana Tomazelli, edição de ontem de O Estado de São Paulo, publicam reportagem chamando atenção para a necessidade de o novo governo ter de cortar 37 bilhões de reais por ano para cumprir a lei de responsabilidade fiscal. Parece muito. Mas se levarmos em conta o peso percentual desse limite vamos verificar que oscila em torno de 1% da Lei de Meios para 2019.
O orçamento é de 3,5 trilhões de reais. 37 bilhões de reais significam apenas 1% deste total.
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