Por Murilo Fagundes / Correio Braziliense

Prestes a conquistar a maior bancada da Câmara dos Deputados, o PSL, partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro, não perde tempo para conquistar espaço e influência também no Senado Federal. Com apenas quatro das 81 cadeiras, os senadores eleitos da sigla se articulam em busca de encontrar um nome para a presidência da Casa que não trave a aprovação de pautas caras a Bolsonaro. Nesse cenário, o nome da emedebista Simone Tebet (MDB-MS) aparece como um dos favoritos. Outra possibilidade é adotar uma neutralidade estratégica.

O MDB continua com a maior bancada da Casa. Por tradição, o presidente vem da sigla com mais representantes. Desse modo, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) é quem se mobiliza para pleitear a Presidência mais uma vez. Mas, pelo menos no PSL, Renan não é bem-quisto para ocupar a cadeira. “Ele tem vários processos. Precisamos achar outro parlamentar que tenha condições de competir. Com ele lá (na Presidência), como vamos, por exemplo, encaminhar projetos anticorrupção?”, indagou um dos aliados de Bolsonaro no Senado.

A negativa a Renan é feita com muito cuidado, já que, caso se candidate e vença, o cacique pode se tornar um empecilho para os correligionários do presidente e dificultar a aprovação de matérias no Senado, como a redução da maioridade penal. Por isso, outro caminho é manter a neutralidade. É o que tem, inclusive, defendido o presidente Jair Bolsonaro nos bastidores.

APOIO – Mesmo sem se declarar candidata, a senadora do Mato Grosso do Sul e líder do MDB no Senado, Simone Tebet, têm assistido a uma onda de manifestações favoráveis para pleitear o cargo máximo do Senado Federal. Ela, que pode ser a primeira presidente mulher do Senado, tem recebido mensagens tanto de colegas parlamentares quanto das redes sociais. “Meu nome tem sido visto como uma opção por aqueles que querem uma maior renovação. Sou grata ao carinho daqueles que têm advogado pelo meu nome, mas falo que ainda não sou candidata, porque sou líder e ainda preciso ouvir meus colegas da bancada. O que temos certeza é que o MDB não vai abrir mão da presidência”, sustenta a senadora.

Senadora eleita pelo PSL do Mato Grosso, a juíza Selma Arruda defende que os senadores da legenda priorizem algum líder flexível e engajado com as pautas do Governo. “Nós vamos nos alinhar com alguém que não trave as pautas de interesse do presidente Bolsonaro. Não queremos nem que fiquem trancadas nem que o próximo presidente seja um marinheiro de primeira viagem. Tem que ser uma liderança consolidada”, disse. Os quatro senadores pesselistas eleitos se encontram na próxima semana para chegar a um discurso uníssono.

 

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