Via O Globo
O presidente eleito, Jair Bolsonaro , afirmou nesta sexta-feira, em sua conta oficial no Twitter, que pretende revisar contratos e reavaliar o quadro de pessoal da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, que tem entre suas funções divulgar ações do governo e cuidar de sua relação com a imprensa. O objetivo, segundo Bolsonaro, é reduzir o orçamento da secretaria para 2020.
“Revisaremos diversos contratos e reavaliaremos o quadro pessoal da Secom a fim de reduzir ainda mais o orçamento para 2020. Vamos mostrar, nesta e em outras áreas, na prática os benefícios da correta aplicação de recursos públicos”, disse o presidente eleito na mensagem.
NO ORÇAMENTO – Bolsonaro ressaltou que, para 2019, quer manter o orçamento já aprovado pelo Congresso. Os parlamentares destinaram para a secretaria R$ 150 milhões, valor que representou um corte de 45,8% em relação ao inicialmente proposto pelo governo de Michel Temer, de R$ 277 milhões.”Informo que nosso governo não irá pleitear qualquer aumento no orçamento e trabalhará com o valor aprovado”, acrescentou Bolsonaro.
Inserida na Secretaria de Governo, que será comandada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz, a Secom será ocupada por Floriano Barbosa, atualmente assessor no gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), reeleito em outubro e filho de Bolsonaro. Inicialmente, a Comunicação ficaria sob o guarda-chuva do futuro ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, mas sua estrutura foi remanejada.
CORTES NOS BANCOS – Na semana passada, o presidente eleito já havia prometido um pente-fino em contratos de publicidade e patrocínio de bancos públicos. Bolsonaro citou especificamente a Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além da própria Secom.
Também em suas redes sociais, Bolsonaro classificou como “absurdos” os valores dos contratos de publicidade da Caixa que, segundo ele, chegariam a R$ 2,5 bilhões em 2018.
O banco reagiu à declaração de Bolsonaro. Em nota, afirmou que o orçamento projetado para ações de publicidade, patrocínio e comunicação neste ano é menor, de R$ 685 milhões. A Caixa informou também que suas ações de comunicação sofrem reduções ao menos desde 2016.
PROMESSA DE CAMPANHA – O corte de gastos no governo é promessa de campanha de Bolsonaro. Para a área de comunicação, Bolsonaro já havia citado, em sua primeira entrevista para a televisão após ser eleito, que quer extinguir ou privatizar a TV Brasil, um dos principais veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). “Não queremos a nossa propaganda em nossa TV oficial. A ideia nossa é privatizar ou extinguir. Não podemos gastar mais de 1 bilhão por ano com uma empresa que tem traço de audiência. Preferimos confiar na mídia tradicional quando o governo quiser fazer os seus anúncios que tem que fazer”, afirmou na ocasião. O futuro da empresa, porém, ainda não foi anunciado pela equipe do novo governo.
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