Os desafios da adaptação escolar

 

Com o início do ano letivo, começa também o processo de adaptação para muitas crianças, que pela primeira vez irão enfrentar uma nova rotina, longe dos familiares que têm como referência. Por envolver um encontro com o desconhecido, esse momento de transição desperta medo, mas vem também carregado de expectativas. É o que afirma a psicopedagoga Yasmim Verônica.

“Os pais precisam se preparar, porque as primeiras semanas de adaptação deixarão a criança mais sensível. A mudança traz insegurança, medo, frustração, irritação, sentimentos muitas vezes traduzidos pelo choro, que vai conduzir esse nível de observação para saber se a criança já apresenta plenas condições de adaptação ou não a essa nova situação de aprendizagem”, destacou.

Segundo a especialista, essas pequenas frustrações possuem papel importante na vida das crianças. “Preparam elas internamente para lidar com as questões da vida normal. Embora seja difícil ver tudo isso acontecer, pense que aprender a lidar com essas emoções é uma etapa importante do desenvolvimento”, pontuou Verônica Yasmim, que atua em parceria com unidades de ensino como o Instituto Educacional DóRéMí (IED).

Essas novas situações proporcionadas pelo processo de escolarização, conforme relata a psicopedagoga, trazem benefícios, por exemplo, para crianças com dificuldades na linguagem. “Alguns profissionais orientam, inclusive, que os pais aguardem o processo de escolarização para observar o desenvolvimento dessa criança com prejuízo na fala”, comentou.

Ainda de acordo com a profissional, é importante que os pais e a escola adotem estratégias para tornar esse processo de adaptação o mais natural possível. “A escola permite a ampliação da visão de mundo da criança, onde estarão presentes outros cuidadores, por isso ela deve propiciar um momento de acolhimento. Em relação aos pais, a orientação é que, quando se tratar de filhos de até dois anos, que eles levem alguns objetos de casa nesse início do processo de escolarização, elementos que tragam conforto. Os pais também devem evitar despedidas longas”, pontuou.

Há situações em que a criança se adapta com facilidade, mas são exceções. É o caso, por exemplo, da pequena Ayla Melissa, matriculada atualmente no Maternal III. Sua mãe, a fisioterapeuta Joana D’Arc, conta que o processo de adaptação foi muito mais difícil para ela do que para a filha. “Para mim foi muito mais difícil, porque tiver que deixar ela na creche com aproximadamente um ano e meio e voltar a trabalhar. Para ela foi tranquilo, mas para a mãe foi mais trabalhoso”.

A psicopedagoga Verônica Yasmim enfatiza que esse desconforto nos pais é normal nesse período de transição. “A criança está se acomodando a novos vínculos que estão sendo estabelecidos. Gera-se então um desconforto tanto nas crianças quanto nos pais, o que é normal, alguns pais ficam em um processo de sofrimento, com muitas dúvidas”, acrescentou.

Verônica Yasmim ressalta a importância dos pais conhecerem a dinâmica de funcionamento da escola com antecedência. “É preciso estabelecer uma comunicação direta com a escola, conhecer a dinâmica, as atividades que a unidade desenvolve, e ter a sensibilidade de saber como os filhos se reconhecem nas situações de mudança”, acrescentou a psicopedagoga.

No Instituto Educacional DóRéMí, unidade em que Verônica Yasmim atua como parceria, a equipe pedagógica prepara uma série de atividades para acolher os novos alunos, bem como os veteranos. “A escola possui profissionais capacitados e preparados para receber os alunos. No acolhimento do primeiro dia de aula, teremos a presença de um recreador no parque, interação na nossa área de lazer, tudo para recepcionar bem as crianças. Em um segundo momento, já na sala de aula, também serão realizadas dinâmicas, apresentação da turma, tudo executado de forma a proporcionar bem-estar a cada um dos alunos”, concluiu a pedagoga Carla Liliane.

 

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