Por José Carlos Werneck

Todas as pesquisas que perguntam à população brasileira sobre o que deveria ser urgentemente corrigido vêm sendo desprezadas, mas é nelas que o Presidente Jair Bolsonaro deveria concentrar seus esforços para resolver os problemas que realmente incomodam a unanimidade dos habitantes do País.

Jair Bolsonaro deve prestar atenção nos dados abaixo transcritos e fazer os necessários acertos nesses itens, sempre lembrando que a área com pior avaliação é a de impostos. A carga tributária brasileira sempre é desaprovada por maioria de nossa população, seguida pelas áreas de saúde e segurança pública .

JUROS DE AGIOTA – As altas taxas de juros cobradas nos empréstimos também são motivo de profundo descontentamento para aqueles que necessitam de capital para investir em empresas ou mesmo para equilibrar o orçamento doméstico.

No Brasil, o spread bancário é altíssimo, o que inclusive desestimula a poupança e é sabido que nenhum país consegue ter uma economia autossustentável sem uma poupança interna robusta. Os bancos brasileiros cobram juros de agiotas aos tomadores de empréstimos e remuneram os poupadores com taxas ridículas.

Quanto aos juros praticados pelos bancos,  Bolsonaro já deu a resposta quando sinalizou que deseja a redução nos estabelecimentos governamentais, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, medida que quando for efetivamente posta em prática posta receberá efusivos aplausos por parte de nossa sofrida e espoliada população.

CARGA TRIBUTÁRIA  – O presidente já começa a tomar algumas medidas, embora ainda muito tímidas, no que diz respeito a nossa carga tributária, uma das mais altas do mundo, com o agravante que a população tem um péssimo retorno daquilo que lhe é cobrado por parte do governo.

Os serviços públicos são de péssima qualidade nos setores de Educação, Saúde e Segurança, representando uma verdadeira ofensa à população.

São nesses os pontos que o eleitor brasileiro gostaria que o Governo fizesse com urgência as devidas correções. O povo está coberto de razão e não está pedindo muito. Não interessa a ninguém viver num país bem cotado junto às agências internacionais, sem que a população usufrua dos benefícios que deveriam advir desta condição. Seria o mesmo que levar uma pessoa faminta a um banquete e lhe dizer: “Veja que beleza e variedade de pratos! Você pode olhar tudo, mas não pode provar nada!”

DISTRIBUIÇÃO DE RENDA – Nossa desigualdade social é cruel, fruto de uma distribuição de renda perversa, e, ao contrário do que se vem apregoando, se agrava a cada dia. Até a década de 70 a população brasileira tinha acesso a um Sistema de Educação e de Saúde com níveis de qualidade. No caso específico da Educação, as escolas públicas, geralmente, ofereciam um ensino de excelente nível.

Escolas públicas de vários estados brasileiros eram referências em matéria de Educação. No então Estado da Guanabara, eram comuns escolas públicas com níveis de excelência, tanto na rede estadual, como naquelas mantidas pelo Governo Federal. Para ficar só em alguns exemplos, podemos citar o Colégio Pedro II, onde estudaram brasileiros do calibre de Afonso Arinos de Mello Franco, Manuel Bandeira e tantos outros nomes de destaque da cultura nacional. Outro estabelecimento que servia de modelo era o Instituto de Educação, que formava normalistas, que quando optavam por ingressar no ensino superior, obtinham os primeiros lugares, nas mais renomadas Universidades. O mesmo pode-se dizer do Colégio de Aplicação, da Faculdade Nacional de Filosofia.

EDUCAÇÃO DE NÍVEL – Em Brasília acontecia o mesmo com estabelecimentos como os Colégios CASEB, Elefante Branco, CIEM, dentre outros tomados como referência em matéria de educação. Enfim, inúmeros exemplos semelhantes podem ser lembrados em todo o Brasil.

Hoje a realidade é totalmente diferente e presente no cotidiano de toda a população brasileira, que se vê obrigada a imensos sacrifícios financeiros quando quer dar a seus filhos uma educação de qualidade, porque tem de recorrer ao ensino particular.

Em suma, é péssimo o retorno dos impostos pagos. Na Saúde, os hospitais públicos, outrora bem equipados e hoje inteiramente sucateados, onde falta tudo, desde médicos ao básico em matéria de equipamentos, remédios e até material de higiene e limpeza.

TUDO ERRADO – No setor de transportes, nossas ferrovias foram totalmente abandonadas e nossas rodovias são o retrato do desleixo a que foram relegadas.

A Segurança Pública atualmente pode ser chamada, sem ironia alguma, de Insegurança Pública. Para isso não precisamos consultar estatísticas. Basta sair às ruas, ou mesmo ficar em casa, pois nem no recesso do lar, as pessoas se sentem tranquilas!

Em resumo: o povo brasileiro paga impostos altíssimos e não recebe nada em troca. E quando se aposenta, após ter contribuído, por muitos anos, para a Previdência Social, recebe remuneração indigna para sobreviver.

ENDIVIDAMENTO – A chamada “nova classe média”, tão anunciada pelo governo e meios de comunicação, está pendurada junto aos bancos, tem dívidas enormes em todas as modalidades de empréstimos, do consignado ao CDC, sem falar das impagáveis dívidas do cheque especial e do cartão de crédito, com juros dignos de agiotas.

Andam em carros que não são seus, por serem financiados e estarem com cláusula de alienação fiduciária. Se atrasam por uns dias uma prestação do veículo, são acordados, bem cedo, com telefonemas ameaçadores das financeiras, que fazem todo o tipo de pressão, menos entrar na Justiça para retomar o bem, pois sabem, que lá terão os juros de seus empréstimos, questionados por qualquer juiz de bom senso.

Por tudo isto não acredito que possa haver um país rico e bem cotado junto aos organismos internacionais, enquanto seu povo for pobre e enfrentar enormes obstáculos para sobreviver com alguma dignidade.

 

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