A governadora Fátima Bezerra transformou a solenidade de renovação de seis empresas ao Programa e Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (Proadi), nesta sexta-feira, 22, numa verdadeira prestação de contas de seus 55 dias de governo.
A solenidade, que contou com a presença de empresários e de vários secretários de Estado, aconteceu no auditório do sétimo andar do prédio da Casa da Indústria, reservados a eventos menores.
A governadora estava acompanhada de alguns dos seus principais auxiliares, como o secretário de Planejamento e Finanças, Aldemir Freire; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Calado; o vice-governador, Antenor Roberto; a secretária da Administração, Virginia Ferreira e o secretário de gestão de projetos, Fernando Mineiro.
Ao justificar o envio para a Assembleia de uma Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC), que cria um teto para gastos públicos pelos próximos oito anos, Fátima relatou uma série de discrepâncias encontradas pela administração desde que ela assumiu há quase dois meses.
Entre dezenas despesas realizadas sem previsão ou mesmo empenhadas, para assombro da plateia, ela citou as de um motorista que durante anos, sem qualquer justificativa, abasteceu seu carro diariamente com 30 litros de gasolina.
Tanto Fátima como o secretário Aldemir Freire deixaram claro que sem controle dessas despesas seria inútil qualquer tentativa de ajuste. E que a própria governadora, mesmo buscando economia em gastos pequenos, como alugueis de imóveis e carros, faz questão de “dar o exemplo”.
A certa altura, a a chefe do Executivo lembrou de sua última ida a Brasília, quando longo na segunda-feira recebeu uma avalanche de telefones de secretários apavorados com a falta de dinheiro e credores batendo na porta.
No entanto, surpreendeu ao afirmar que não existe alternativa à reforma da previdência para equilibrar a economia, embora questionasse a fórmula proposta para prestadores de serviço e trabalhadores rurais, cuja a realidade no Nordeste é bem diferente da do Centro Sul.
Afirmando que não existe uma “bala de prata” para terminar os problemas, a governadora fez questão de desfazer boatos de que teria problemas com a equipe econômica do governo federal e com o próprio Ministro Paulo Guedes, da Economia.
“Nós temos uma relação absolutamente institucional e trabalhamos juntos para resolver a grave crise que o estado atravessa”, afirmou.
Ela reforçou um raciocínio feito durante a explanação do secretário Aldemir Freire, do Planejamento de Finanças, ao afirmar que o grande esforço do momento para a administração será trocar, como maiores credores do Estado, servidores e prestadores de serviço por instituições financeiras.
“Uma coisa é negociar com os bancos e outra é com pessoas que trabalham com você e precisam do dinheiro para sobreviver”, resumiu Freire.
Por isso mesmo, afirmou o secretário, a palavra de ordem da gestão é alongar ao máximo a dívida do Estado, contando com previsões mais otimistas da economia, que dão conta de um possível crescimento acima de 2% nos próximos anos.
A governadora fez questão de poupar o ex-governador Robinson Faria por todos os problemas fiscais e financeiros herdados por sua administração. “É o resultado de vários governos que antecederam ao dele que deixaram um rombo de R$ 4,4 bilhões nas contas”, acrescentou.
AgoraRN
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