Via Nicola Pamplona / Folha de S.Paulo
Embora tenha gerado maior reação do mercado, o recuo no reajuste de 5,7% no preço do diesel anunciado na quinta-feira (11) não foi o único sinal de interferência na gestão da Petrobras desde o início do governo Jair Bolsonaro (PSL). Em relatório, analistas do banco UBS citam ainda a pressão por investimentos em Israel, os prazos mínimos para reajustes do diesel e a criação do Cartão Caminhoneiro como outros exemplos. No início da gestão, Bolsonaro tentou também emplacar um amigo no comando da empresa.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, reconheceu em nota nesta sexta-feira (12) que a suspensão do reajuste foi decidida após alerta do presidente da República sobre os riscos de greve dos caminhoneiros, mas afirmou que a empresa é “completamente autônoma” para a tomada de decisões.
“Recebi ontem [quinta] no fim do dia uma ligação telefônica do presidente Bolsonaro me alertando sobre os riscos do aumento do diesel divulgado pela Petrobras”, escreveu Castello Branco, que está em viagem nos Estados Unidos. “Considerei legítima a preocupação do presidente.”
Analistas, executivos do setor e pessoas próximas ao comando da estatal, porém, dizem que sinais de interferência se acumulam desde o início da gestão e são reforçados por declarações do primeiro escalão do governo Bolsonaro.
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