Qual é o déficit da Previdência?
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados adiou, ontem, mais uma vez, a votação do parecer pela constitucionalidade da reforma da Previdência. A sessão durou a manhã inteira, houve muita discussão acirrada e a oposição acabou conseguindo o que queria, ou seja, a procrastinação da matéria.
Se esse ritmo lento predominar, a reforma, inicialmente prevista para junho, depois para setembro e agora dezembro, corre o risco de não entrar em pauta, o que redundará numa grande derrota para o Governo. A reforma previdenciária é uma necessidade urgente não de agora, mas desde o Governo Sarney.
Se não for feita levará o País a um caos, pois a Previdência não terá dinheiro para pagar os novos aposentados. Sem bem que, na verdade, o rombo da Previdência é uma verdadeira caixa preta. É bom lembrar também que em 2017 o Congresso instalou uma CPI para apurar o déficit previdenciário e no final, depois de seis meses, chegaram à conclusão de que não havia déficit.
Rombos a parte, a reforma não anda porque o Governo se articula muito mal. Não existe interlocução com o Congresso, tanto que foi preciso expor a um grande vexame o ministro da Economia, Paulo Guedes, na CCJ. Ali, ele foi xingado, massacrado e comeu o pão que o diabo amassou. Não poderia ser diferente. Guedes não é do ramo da política e deveria cuidar especificamente da macroeconomia.
Os dos líderes do Governo na Câmara são duas antas, amadores, desarticulados, não sabem se expressar. No Senado, entretanto, o Governo escolheu um líder tarimbado e articulado, o senador Fernando Bezerra Coelho. Por isso, pela Casa Alta as coisas andam bem diferente, embora não tenha entrado ainda em pauta uma votação de projeto polêmico do Governo.
Blog do Magno
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