Por Helena Chagas
O presidente Jair Bolsonaro está sob pressão, no modo caminhão-sem-freios-descendo-a-ladeira, e obviamente isso é um perigo. Adepto da lógica do confronto, ele puxou para briga os milhares de jovens que foram às ruas na quarta-feira ao chama-los de idiotas e imbecis. Hoje, em Dallas, foi mais longe ainda na defesa do filho, senador Flávio Bolsonaro, que teve o sigilo quebrado sob acusação de lavagem de dinheiro na investigação do Caso Queiroz.
”Estão fazendo um esculacho em cima (do senador). Fizeram aquilo para me prejudicar. Querem me atingir”, disse o presidente da República aos jornalistas numa entrevista em que esbravejou contra a imprensa, o Congresso, os manifestantes…
Se Bolsonaro não tomar urgentemente uma maracujina e baixar o tom, vai criar mais problemas para si mesmo. No caso dos 95 pedidos de quebra de sigilo, ele poderia até obter algum apoio em relação à amplitude da medida. Poucas vezes se viu devassa tão grande, e claramente há um objetivo do Ministério Público de cercar a família Bolsonaro, ex-assessores e agregados. Mas se, como diz Bolsonaro, é tudo “esculacho” político contra ele e o filho, não haveria razões para temer.
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