Presente em todos os municípios brasileiros, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que tem 356 anos de história, faz parte do conjunto de estatais que poderão ser privatizadas pelo Governo Federal. Diante dessa realidade, o deputado estadual Francisco do PT promoveu uma audiência pública nesta sexta-feira (24), na Assembleia Legislativa do RN, onde foram debatidos os impactos social e econômico dessa medida para o país, caso concretizada.

Francisco do PT destacou que propôs a audiência para atender uma solicitação dos trabalhadores dos Correios. Segundo o parlamentar, a imprensa noticia diariamente “o desejo incontrolável do atual governo de privatizar de todos os setores e os Correios fazem parte desse grupo”.

O Superintendente dos Correios no RN, Rodrigo Medeiros, fez uma apresentação destacando a história da estatal, sua atuação comercial, a cobertura geográfica e a rentabilidade financeira. “Graças ao sucesso obtido no mercado comercial conseguimos atender a todos os municípios brasileiros. Entregamos diariamente mais de um milhão de encomendas. No RN são mais de 300 mil entregas mensais. Temos aqui um total de 184 agências de atendimentos, um quadro de 1.400 empregados, sendo 590 carteiros”, detalhou.

“A partir dos dados apresentados pelo Superintendente dos Correios no RN fica evidente que a empresa é viável economicamente, produz bons dividendos para o país, por isso não justifica sua privatização. Os Correios cumprem uma função social extremamente importante, pois abrange todo o território brasileiro, o que não seria de interesse da iniciativa privada atender locais que não gerem lucro”, explicou o deputado.

Ao parabenizar o deputado Francisco do PT pela proposição do debate, a senadora Zenaide Maia lamentou o cenário atual brasileiro em que o empregador e o governo observam o trabalhador como “vilão”. “De repente os trabalhadores estão sendo considerados como vilões. Todo mundo quer tirar direito de trabalhador e de servidor”, ressaltou, e enfatizou: quando privatiza uma empresa pública ela deixa de ver o povo, de ver gente. Ela passa a vislumbrar só o lucro e por isso vai priorizar os centros que dão lucros e não o país como um todo. É claro que com a privatização os Correios sairão dos municípios pequenos, menos rentáveis.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios do RN (Sintect-RN), José Edilson, o governo federal não compreende o papel estratégico dos Correios no desenvolvimento e soberania nacional. Presentes também José Teixeira (representando a CUT e a Frente Brasil Popular), Dário Barbosa (CSP-Conlutas), além de demais representações sindicais, movimentos sociais, servidores dos Correios e população em geral.

 

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