Por Carlos Sena. (*)

 

Há ensinamentos na escola da vida que são interessantes. Um desses é a lição que a vida nos dá no quesito “juventude e velhice”. Algo como na juventude tudo em abundância e na velhice o contrario disso. Porque na juventude a vida nos dá fartura de visão, de audição, de tesão, de…

Na velhice, ela vai gradativamente “recolhendo” o que nos deu em sobra e que depois os recolhe das nossas “prateleiras existenciais”. Com isso ela nos vai tornando mais perto da dura realidade com a qual, indistintamente todos algum dia terão que se deparar – o nosso “Grand Finale”.

 Há quem aprenda com a vida que cada idade tem seu encanto. Mas, há aqueles que ficam driblando o tempo. Via plásticas no rosto, via tingimento de cabelos, via exageros no vestir, via excentricidades comportamentais.

Fato é que a vida em si mesma não se permite por muito tempo a “truques”. Porque chega um belo dia em que não há espaços no rosto para mais plásticas. E as tintas já não funcionam mais para iludir os cabelos brancos.

Há senhores que tingem os cabelos de preto, mas o rosto não tem mais o frescor da juventude e, dessa forma, fica tudo muito esquisito. A idade fica muito mais à mostra e tudo se torna mais frio, mais destoante dentro da estética.

 Descobrir que a vida é processo talvez ajude a encontrar um ponto de equilíbrio na compreensão. Outra coisa que o tempo retira e que incomoda bastante é a memória. Os idosos, mesmo os viciados em palavra cruzada não escapam.

Talvez seja melhor o entendimento de que, quando jovens, as pessoas se lembram de muitas coisas que não prestam e que, na velhice, só há espaço para coisas importantes.

Assim, a memória se redime e passa a ser ressignificada para o arquivo daquilo que, de fato, merece ser armazenado: os amores, as relações, a fé… Esquecer-se da hora de tomar remédios? Que mal há nisso? Remédio é um veneno às avessas que vez por outra pode ser esquecido, por que não?

Porque tudo tem seu prazo de validade, inclusive a existência…

 

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