O Senado tem tudo para virar uma área complicada politicamente para Jair Bolsonaro. Duas votações de grande sensibilidade política poderão acontecer quase ao mesmo tempo na Casa. Erra quem pensa que se trata da reforma da Previdência ou do Pacto Federativo. Os olhos do presidente não parecem estar voltados para a discussão dessas pautas, que fazem parte da agenda econômica e têm sido tocadas muito mais pelo empenho do Congresso e da equipe econômica. As duas discussões que podem virar campo minado para o presidente
E devem ser tratadas nas próximas semanas são a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu filho, para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, e a escolha de quem vai comandar a Procuradoria-Geral da República.
Nos dois casos, uma eventual derrota causará um pesado desgaste para o governo. Por isso, tratar dos temas simultaneamente aumenta a dificuldade de aprovação de duas matérias que já seriam áridas isoladamente. Eduardo Bolsonaro ainda não tem votos para ser aprovado – e talvez nem venha a ter. Já em relação ao futuro PGR, o presidente ainda não bateu o martelo, mas uma das opções possíveis é o subprocurador Antonio Carlos Simões Soares, que teria o apoio do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), outro dos filhos do presidente. Bastou seu nome surgir como uma possibilidade para que começasse a ser torpedeado.
(Estadão BR 18 – Marcelo de Moraes)
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