Artistas se organizam para judicializar medidas de governo Bolsonaro na área cultural.

A escalada das interferências do governo e de empresas públicas na produção cultural do país fez o grupo 342 Artes, que reúne artistas de diversas áreas, difundir entre seus participantes e colegas a orientação de “judicializar tudo, dar queixas no Ministério Público Federal, provocar as instituições a se manifestarem”. Associações de classe, como a de roteiristas, por exemplo, estão sendo escaladas para fazerem representações. Roberto Alvim, da Funarte, foi alvo de queixa recente.

Pedidos de investigação têm sido enviados pelo Sistema de Atendimento ao Cidadão do Ministério Público Federal. Interferência do governo na Ancine já levou a Procuradoria a processar o ministro Osmar Terra (Cidadania) por improbidade.

Alvim, diretor da Funarte, entrou na mira do 342 após a Veja revelar que ele abriu processo para criar um “teatro dedicado ao público cristão”, com direito a defesa da criação de um “exército de grandes artistas espiritualmente comprometidos com nosso presidente e seus ideais”.

Revelado pela Folha nesta sexta (4), o sistema de censura prévia instalado no mecanismo de seleção de projetos culturais da Caixa foi visto no meio jurídico como um dos atos mais abertos e ofensivos já patrocinados por aliados de Jair Bolsonaro.

Folha

 

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