Por Pedro do Coutto

Foi o que aconteceu e continua acontecendo nesta tempestade na área do governo Jair Bolsonaro. O presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, coloca-se em uma posição de pleno antagonismo com o chefe do Executivo. O líder do governo na Câmara, deputado Delegado Waldir, afastado pelo Planalto, obteve apoio da maior parte da bancada partidária para permanecer à frente na controvérsia e no entrechoque de importância singular.

O deputado Delegado Waldir permaneceu no posto, pelo menos até agora, obtendo o apoio da maior parte de sua legenda. O conflito explodiu. Entre os destroços veio à superfície uma realidade política no mínimo surpreendente.

EXPLICAÇÃO? – O que terá acontecido de tão grave no relacionamento entre o presidente da República e sua principal base parlamentar, capaz de explicar e traduzir objetivamente as razões da tempestade. A nave do governo passou a ser objeto de contradição dentro das correntes do próprio Palácio do Planalto. A tempestade não acabou. Pelo contrário, aumentou, não importando qual será o desfecho no processo da escolha do líder do PSL na Câmara dos Deputados.

A derrota do presidente Bolsonaro, dimensionando-se a real importância do episódio, foi ampliada porque ele indicou seu filho Eduardo Bolsonaro para líder do PSL e o deputado Delegado Waldir alcançou mais votos do que os depositados em favor de um parlamentar que simplesmente é filho do presidente da República. E que, além disso, teve seu nome cogitado para embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

PRIORIDADE? – Tem-se a impressão que a embaixada em Washington deixou de ser a prioridade do Planalto. Mas esta é outra questão.

O fato essencial é a derrota do governo causada pela maioria de assinaturas divulgada em favor de Waldir, derrotando assim Eduardo Bolsonaro. Pode se argumentar que nas próximas horas o vendaval possa ser contido. É verdade. Mas o que aconteceu ontem em Brasília é irremediável em matéria de entrechoque político. Eduardo Bolsonaro, depois de sua derrota ficou sem condições de permanecer no partido que se dividiu.

OUTRO ASSUNTO – Reportagem de Daniela Amorim, O Estado de São Paulo, edição de quinta-feira, com base em dados do IBGE revela um fato que pode ser considerado um desastre social do país. A pesquisa nacional de domicílios, PNAD, trouxe à tona uma realidade chocante. Deve ser um fator que envergonha o país: metade da população brasileira vive com 413 reais por mês.

Vale uma explicação: a pesquisa parte da renda das famílias e os 413 reais constituem um resultado da divisão da renda familiar pelo número de membros que a integram. Partimos do princípio que a média é de 4 pessoas por unidade familiar.

Uma terrível vergonha.

 

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