Por Rodolfo Costa / Correio Braziliense

Depois de toda a polêmica com o dramaturgo Roberto Alvim, agora ex-titular da Secretaria Especial de Cultura, o governo admite que vislumbra na atriz Regina Duarte alguém capaz de conduzir com equilíbrio a política cultural.

O presidente Jair Bolsonaro enxerga nela alguém que vai manter o perfil da direita conservadora, mas com capacidade de acalmar a categoria artística, a sociedade civil e o Congresso. A própria atriz fala em pacificar a relação da classe com o governo.

EXPECTATIVAS – “No parlamento, os acenos feitos por Regina Duarte são bem-avaliados. A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que a apresentou a Bolsonaro, tem boas expectativas em relação à futura gestão. “Regina Duarte ama o Brasil e o Brasil ama a Regina Duarte. Ela é uma pessoa correta, de direita, conhece a cultura como ninguém e acho que é a pessoa certa para ocupar esse cargo”, afirmou.

A parlamentar evitou dizer, contudo, o que ambas têm conversado sobre a missão à frente da política cultural. O otimismo por uma gestão de pacificação, entretanto, é algo que impera entre congressistas da esquerda e de direita ligados ao setor. Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Produção Cultural e Entretenimento, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE) acredita que a atriz poderá construir pontes.

PACIFICAÇÃO – O congressista, membro suplente da Comissão de Cultura no último ano, acredita que, quando há disposição, sempre há espaço para a pacificação. “A Regina é uma grande artista nacional e tem respeito em toda a classe artística. Acho que terá sensibilidade e tem tudo para fazer um grande trabalho. Vou dar esse voto de confiança”, frisou.

“Vamos também marcar uma ida dela à comissão. Quero abrir portas do Congresso e ser uma ponte para que possamos ser parceiros em favor da cultura”, acrescentou.

AGENDA CULTURAL – O deputado Felício Laterça (PSL-RJ), presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura e do Desenvolvimento Social e membro titular da Comissão de Cultura, também vai convidá-la para uma audiência. O objetivo é saber quais as prioridades e o que ela pensa para a agenda da política cultural. “Com o Alvim, a cultura nem chegou a entrar nos trilhos. Acredito que, com a Regina, o governo poderá deixar sua marca, dar sua identidade ao setor e pacificar as relações”, analisou.

 

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