O recuo do presidente Jair Bolsonaro, ao chegar à Índia, descartando a possibilidade de tirar do Ministério da Justiça a área da Segurança Pública, foi um movimento para diminuir o desgaste gerado pelo anúncio de que o governo estudava a proposta.
Segundo interlocutores, houve forte reação contrária de apoiadores do governo nas redes sociais. Até mesmo integrantes da ala militar do governo demonstraram preocupação com o “balão de ensaio” lançado por Bolsonaro para desmembrar o Ministério da Justiça, comandado pelo ministro Sergio Moro. Isso passaria a imagem de que o governo estaria flexibilizando o discurso de combate à corrupção.
Portanto, Bolsonaro já começava a enfrentar um duplo desgaste junto ao seu próprio eleitorado em menos de 24 horas: ao tentar fragilizar o seu ministro mais popular e ao passar a impressão de que estava descumprindo a promessa de enfrentar a corrupção, assumida durante a campanha eleitoral.
Tudo isso fez Bolsonaro voltar atrás na afirmação de que o governo estava estudando recriar a pasta da Segurança Pública. No cenário agora descartado, Moro ficaria na Justiça e um outro ministro comandaria a área da segurança. Bolsonaro chegou a afirmar que era “lógico” que o ministro não estava gostando do debate.
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