O presidente Jair Bolsonaro se reuniu neste sábado (1), no Palácio da Alvorada, com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A conversa entre Bolsonaro e Onyx ocorre após o ministro antecipar o retorno das férias diante da crise vividas nos últimos dias.
O ministro teve a permanência na pasta questionada após a Casa Civil ser “esvaziada” por determinação de Bolsonaro, que mandou demitir auxiliares de Onyx e transferiu o Programa de Parceria de Investimentos (PPI), subordinado a Onyx, para o Ministério da Economia, de Paulo Guedes.
A crise teve início após Bolsonaro mandar exonerar o antigo número 2 da Casa Civil, José Vicente Santini, que utilizou uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir ao Fórum Econômico Mundial, na Suíça, e para encontrar a comitiva de Bolsonaro na Índia.
Como estava à frente da Casa Civil, em razão das férias de Onyx, Santini poderia, por lei, utilizar os aviões da FAB para deslocamento. Contudo, Bolsonaro ficou irritado pois considerou a atitude “imoral”.
Demitido na terça-feria (28), Santini foi nomeado em seguida para outro cargo na Casa Civil. Bolsonaro, no entanto, decidiu tornar a nomeação sem efeito e ainda tirou o PPI da Casa Civil.
Desde então, passou a ser especulada uma possível saída do ministro da Casa Civil, o que ainda não se confirmou. Ao desembarcar em Brasília nesta sexta (31), Onyx foi questionado por jornalistas sobre se cogitava deixar o governo. “Claro que não”, respondeu .
Um dos principais apoiadores de Bolsonaro na campanha eleitoral, o ministro também foi indagado se poderá trocar de pasta dentro do governo. Ele respondeu que a decisão é do presidente, seu “líder”.
Ao colunista do G1 Gerson Camarotti, Onyx afirmou nesta sexta que a hipótese de deixar a pasta é uma “onda” que se formou na imprensa.
Onyx estava de férias nos Estados Unidos, retornou a Brasília na sexta-feira (31) e voltou a despachar na Casa Civil. No mesmo dia, ele esteve com Bolsonaro e outros ministros no Alvorada em uma reunião que discutiu ações para lidar a ameaça de chegada do coronavírus ao Brasil.
A decisão de tirar o PPI da Casa Civil deixou Onyx sem uma das principais atribuições da pasta.
Um dos principais nomes da campanha de Bolsonaro, o ministro comandou a transição de governo e assumiu a Casa Civil, porém perdeu força desde o início da gestão Bolsonaro, em janeiro de 2019.
Onyx era o articulador político do Planalto, porém a missão foi repassada ao ministro Luiz Eduardo Ramos, chefe da Secretaria de Governo, que é general do Exército e amigo de Bolsonaro.
Também saiu da Casa Civil a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ), que analisa a viabilidade jurídica dos atos assinados pelo presidente. A SAJ em governos passados ficava na Casa Civil, mas foi transferida para a Secretaria-Geral, comandado pelo ministro Jorge Oliveira.
Fonte: G1
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