Por Lauro Jardim
Delfim Netto está convencido de que a retração econômica causada a partir do coronavírus tem que ser enfrentada já nos próximos meses com algum tipo de investimento público. O foco seria em projetos que estão quase concluídos, embora paralisados, e em empreendimentos com boa taxa de retorno e alta empregabilidade, como obras de infraestrutura.
Delfim acha que o governo deveria criar imediatamente um grupo para pensar o que ele batiza de “terceiro semestre de 2020”, ou seja, o primeiro semestre do ano que vem (“2020 não acaba este ano”). Para Delfim, a crise atual teve o dom de fazer as pessoas redescobrirem a importância do estado
— Elas cedem um pouco de sua liberdade ao estado em troca de que ele coordene, em nome delas, ações para toda a sociedade nos momentos de emergência. É isso o que está sendo feito agora.
A duas semanas de completar 92 anos, Delfim é um otimista, apesar do terremoto criado pela Covid-19:
— Vai passar. Essa é uma das dezenas de crises criadas pelo homem desde que os vírus dos animais que ele domesticou se transferiram para ele próprio.
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