A Argentina, o Uruguai e o Paraguai têm tido um desempenho muito superior ao do Brasil no combate à pandemia da Covid-19. Nestes países, o movimento negacionista é irrelevante.

Seus presidentes, sendo um deles de centro-esquerda (o argentino Alberto Fernandez) e dois de centro-direita (o uruguaio Lacalle Pou e o paraguaio Mário Abdo Benitez), implementaram políticas de isolamento social bem no início do registro dos primeiros casos em seus países. A oposição nestas nações se aliou ao governo neste momento. A população acatou as determinações e milhares de vidas foram salvas. Agora, com a pandemia mais sob controle, podem começar a flexibilização para abrir a economia.

Oficialmente, houve 10 mortes no Paraguai, 19 no Uruguai e 305 na Argentina. Claro que há subnotificação, mas não ocorreu colapso do sistema de saúde. Além disso, também há subnotificação no Brasil, onde foram registradas 11 mil mortes até agora.

Se quiserem argumentar que as populações destes países são menores, basta fazer a proporção. O Brasil teve 36 vezes mais mortes per capita do o Paraguai; 11 vezes mais do que o Uruguai; e 8 vezes mais do que a Argentina.

A diferença? Sem dúvida pesa a dimensão continental do Brasil. Mas certamente ter presidentes que acreditam na ciência em vez de se apegarem a teorias da conspiração ajudou estes três países. Se Jair Bolsonaro tivesse se comportado como os vizinhos, talvez o Brasil já pudesse começar a pensar na flexibilização.

GUGA CHACRA

 

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