Quase 30% das famílias brasileiras (19 milhões) são chefiadas por alguém com perfil de risco para covid-19, segundo estudo do Instituto Locomotiva.

Idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes e asma, são 80 milhões de brasileiros, ou seja 40% de toda a população do país. Juntos, movimentam 2,1 trilhões de reais por ano em renda própria, mais do que gastam, isoladamente, as classes A, B e C.

Desse grupo dos mais vulneráveis, 30 milhões têm 60 anos ou mais e 50 milhões, menos de 60 anos. Esses dois movimentam 1 trilhão de reais e 1,1 trilhão de reais, respectivamente.

A saúde dessas pessoas, diz o estudo, se refletirá na economia do país, e qualquer projeto de retomada deveria colocar essa enorme fatia da população no centro. “Há uma falsa discussão entre saúde e retomada, que fica escancarada nesses números”, diz Renato Meirelles, presidente do instituto e autor do estudo: “Sem grupo de risco, não tem retomada”.

Aos poucos, os estados brasileiros têm relaxado as regras de distanciamento social impostas contra a disseminação da covid-19. Estudo anterior do Locomotiva mostrou que, esse processo leva 60 milhões de pessoas do grupo de risco a voltar a trabalhar, pois dependem da rotina para sobreviver.

Um quarto do grupo de risco é composto por trabalhadores por conta própria, 12% dessas pessoas estão desempregadas atualmente e 7% em empregos informais, diz a pesquisa.

A pesquisa ouviu 2.000 brasileiros com 16 anos ou mais de todas as regiões do Brasil, por telefone, entre os dias 20 a 25 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima e dois para baixo.

Exame

 

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