Paulo Cappelli / O Globo

Presidente nacional do PSL, Luciano Bivar afirmou que o eventual retorno de Jair Bolsonaro ao partido passaria pela vontade da bancada da legenda no Congresso. E que a reaproximação envolve a possibilidade de a executiva nacional do PSL retirar a sanção, imposta a 14 deputados bolsonaristas filiados à sigla, de participar de comissões a que o partido tem direito na Câmara – medida que restringe, inclusive, a atuação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O fim da sanção, previsto para janeiro, seria antecipado.

Em uma live nesta quinta-feira, Bolsonaro afirmou que não poderia “investir 100%” no Aliança , legenda que pretende fundar, e cogitou voltar ao PSL, partido com o qual rompeu no final de 2019. Procurado para comentar, Bivar disse ao O Globo que o comentário de Bolsonaro foi uma “gentileza”, mas que ambos não chegaram efetivamente a tratar do assunto.

NEGOCIAÇÃO – “Eu teria que ouvir a bancada como um todo. Nenhum deputado pode falar em nome do partido, inclusive eu, que sou presidente. Essa reaproximação tem sido feita por alguns parlamentares. Qual a ideia? É que fosse feita uma revisão das sanções que, num passado recente, foram feitas (pelo PSL a deputados bolsonaristas). Tem `n´ partidos querendo o Bolsonaro. Entendo esse comentário dele como uma gentileza, um sinal de distensão, uma hipótese. Mas não foi um assunto colocado”, afirmou.

Nesta quinta-feira, Bolsonaro, ao colocar o retorno ao PSL como uma possibilidade partidária, Bolsonaro afirmou: “Vou conversar com o pessoal do PSL, que, apesar de eu ter saído, ali tem uns 43, 44 parlamentares que conversam comigo. Tem uns oito ali que não dá para conversar tendo em vista o nível para onde conduziu a política, entrando na questão pessoal. Mas a gente está conversando com o PSL também”.

PROJEÇÃO – Após a ruptura entre Bolsonaro e Bivar, no fim de 2019, o PSL impôs a suspensão de atividades partidárias a 14 deputados bolsonaristas que anunciaram que deixariam o partido para se filiar ao Aliança. A sanção é um dos piores castigos que um parlamentar pode receber, pois impede a participação em comissões, que dão projeção aos mandatos, e que assumam cargos de liderança.

Na ocasião, Eduardo Bolsonaro (SP) foi destituído da liderança do PSL na Câmara e substituído por Joice Hasselmann, adversária de Bolsonaro. Com a reaproximação entre PSL e Bolsonaro, costurada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) e pelo vice-presidente da sigla Antônio Rueda, Joice deixou a liderança, que foi assumida por Felipe Francischini (PSL), alinhado com o Planalto.

 

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